terça-feira, 28 de abril de 2009

PROGRAMA 2 EM 1

Sexta-feira foi meu último dia de férias. Na verdade tive uma folga em meio às férias mas isso não vem ao caso. O importante é que, apesar da chuva, do frio e da preguiça eu me propus a fazer um programa deliciosamente paulistano e que me fez tão bem. Com um tíquete do metrô, me desloquei até a estação da Luz e com apenas 8 reais pude passar a tarde entre a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa. Fazia uns seis anos que não pisava na Pinacoteca e lembrei da primeira vez que estive por lá. Foi também numa sexta-feira de outono chuvoso e eu me deixei levar pelas suas paredes de tijolinhos e todo o arsenal artístico que elas abrigam. Estive lá no meu segundo ano de faculdade para fazer algum trabalho de história da arte e fiquei horas olhando o vai-e-vem dos alunos, impacientes ao tentar anotar tudo que olhavam sem ver. Sexta-feira passada, alguns bons anos mais velha, tive a mesma sensação de calma ao olhar tantas artes e descobrir a pintura do francês Fernand Léger, artista do século XX que teve um relacionamento estreito com alguns modernistas brasileiros, entre eles, Tarsila do Amaral. Assisti inclusive a um filminho sobre sua vida e obra e achei seu trabalho muito rico. Interessante, por exemplo, a fixação que ele tinha pelas mãos e como conseguia retratar isso em seus quadros, alguns, confesso, aflitivos. O ruído dos adolescentes incomoda um pouco, é verdade. Mas basta brincar de gato e rato com eles para poder apreciar o acervo permanente do Museu, com obras belíssimas de Benedito Calixto, Almeida Júnior, Anita Malfati, Victor Brecheret entre tantos. Passei uma duas horas olhando o todo, subindo e descendo escadas e tirando fotos também. Ué, por que a gente só tira foto quando está fora de São Paulo? Tomei um cafezinho ali ao lado num espaço bonito mas de atendimento péssimo. Café com café mesmo pois não tinha nada muito gostosinho para acompanhar. Atravessei a rua e estava na bilheteria do Museu da Língua Portuguesa. Lá eu estive há menos tempo (no começo do ano passado e vi a excelente exposição de Gilberto Freyre). Como, infelizmente, a amostra de Machado de Assis já havia sido desfeita, me contentei com o Museu pura e simplesmente. E isso só basta. Assisti novamente ao filme sobre a origem das línguas na voz de Fernanda Montenegro e entrei no palco para ouvir de doces vozes poemas eternos, parágrafos intensos, canções de amor, de saudade, de exílio. Ouvi Camões, ouvi Pessoa, ouvi Drummond, ouvi Gonçalves Dias, ouvi Guimarães e senti todos eles. Eu me emocionei da primeira vez. Achei que era coisa de principiante. Não. Eu me emocionei novamente e como não sentir isso ao ouvir o Guardador de Rebanhos? Não, não dá. Infelizmente, os mais de cem alunos que se sufocavam no palco, ouviam sem escutar. Saí de lá e ainda me aventurei no túnel de palavras e no telão, que pega todo um corredor, e mostra um pouco da nossa cultura. Tirando o frio do ar-condicionado e o tumulto dos adolescentes, tudo valeu a pena. Peguei meu guarda-chuva, meu tíquete de volta do metrô e, em menos de 15 minutos, eu estava na estação Brigadeiro, onde fui tomar um cafezinho com minha irmã. Com sede de cultura e para ver se a chuva passava, parei na Fnac em busca de um CD que ainda não encontrei. A voz que recitaram os versos de Pessoa ainda estava nos meus ouvidos. E já que eu estava lá, por que não abrir o último exemplar que reúne mais de 100 textos inéditos do poeta português? Eu me contentei em reler apenas o Guardador de Rebanhos. Meu último dia de férias valeu por todos. Com apenas 8 reais eu me alimentei – de cultura (como uma vez disse – e ela também estava no Museu – Clarice Lispector). (Dani Diniz)
www.pinacoteca.org.br
www.museudalinguaportuguesa.org.br
www.fnac.com.br

segunda-feira, 27 de abril de 2009

FRANGO COM FAROFA (E MAIS...)

Estamos acostumados a almoçar fora aos domingos. Neste, porém, com marido gripado e de cama, decidimos comprar alguma comida e levar para casa. E fizemos algo bem básico e bem bom: comprar frango, daqueles que aparecem nas famosas televisão de cachorro, com farofa. Fui até a Bologna, rotisserie com mais de 80 anos, localizada na Rua Augusta. Quem havia me falado dela foi a Alê, que trabalhava aqui com a gente e agora tá virando carioca. O casarão azul antigo na esquina atende muito bem a freguesia com seu jeito tradicional e pitoresco. De dentro da cozinha sai o frango picado com um cheiro delicioso e quentinho. Caprichosamente, o moço do balcão enrola um papelão no pacote e amarra com um barbante para o prato ficar bem preso. Barbante mesmo, daqueles de linha bem fininha. A espera para ser atendida não durou mais de cinco minutos. O frango com farofa custou 26 reais e a paz de comer (bem) em casa num dia friozinho não teve preço. Ops..é bom dizer, no entanto, que lá não aceita Mastercard. Aliás, nenhum cartão de crédito. (Dani Diniz)

Bologna - Rua Augusta, 379/Centro (fecha às segundas-feiras)

PS de Dani Krause: Depois desse franguinho, experimentem as tortas de sorvete da Bologna de vários sabores e com licores deliciosos como o de Marsala. São demais e podem ser levadas para curtir em casa com tranquilidade porque eles têm um sistema de embalagem com gelo seco que não tem como derreter facilmente.

domingo, 26 de abril de 2009

NOTÍVAGA BEM ALIMENTADA

Sou uma notívaga assumida: penso, trabalho e vivo muito melhor depois das 18h (ok, por isso tenho tanta dificuldade para acordar cedo) e, também por isso, curto sair à noite durante a semana (ainda que não façamos isso quase nunca). Fico sempre aliviada em ver tanta gente nas ruas, nos bares e restaurantes confraternizando e batendo papo, mesmo porque são pessoas a menos vendo aquela novela chata e sofrendo, antecipadamente, pelas coisas ainda mais chatas que surgirão no dia seguinte. Quinta-feira passada fomos jantar no novo Zena Caffé na Rua Peixoto Gomide (o site deles ainda nem está totalmente pronto). A proposta é ser um restaurante italiano mais despojado e ficou bem aconchegante, com mesas fora e dentro do espaço, um bar bem recheado, espaço decorado com plantas, prosciuttos e ervas italianas, além, claro, de uma imagem linda da Liguria, região norte da Itália, que é a origem dos pratos do lugar. Já passava das 21h e tivemos que esperar no bar tomando uma taça de vinho porque o lugar estava bem cheio (o que, segundo os nossos critérios preliminares de avaliação, é um ótimo sinal). O cardápio é de dar água na boca. De entrada pedimos uma focaccia fechada recheada com um queijo delicioso chamado stracchino (produzido com exclusividade pelo produtor da Serra das Antas). Imagine se eu não adorei? De principal, com certa dificuldade para escolher, optei por uma massinha artesanal (que eu esqueci o nome) com um molho de nozes fantástico e o marido comeu um espaguete ao pesto (pesto mesmo, de verdade, com pecorino e pinole e tudo mais o que tinha direito). De sobremesa, dividimos uma mousse de chocolate com alecrim. Bem diferente. Eu gostei muito, o marido médio (alecrim pra ele é coisa que vai em comida salgada... ele tem essas coisas...hehe). O chef Carlos Bertolazzi realmente está se superando no Zena. O atendimento foi muito bom, todos os garçons sabiam explicar tudo sobre os pratos e sobre os vinhos. Excelente novidade que eu recomendo com certeza. Fiquei pensando no Fernando e na Patê, que moram ali na Peixoto Gomide, podendo curtir sempre o lugar. Até indo a pé. O que seria uma ótima idéia para ajudar a digestão, porque, confesso, comi bem até demais ali! (Dani Krause).
Zena Caffé – Rua Peixoto Gomide, 1901, Jardins
www.zenacaffe.com.br
Entrada, vinho, prato principal e sobremesa: média de R$70,00 por pessoa.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

NAMORO À ITALIANA

Antes de me casar, morei sozinha na Rua Cubatão, ali na Vila Mariana. O apartamento era um “apertamento” bem acabadinho, mas eu não tinha grana pra nada e adorava morar por ali. Tudo perto, metrô no outro quarteirão e do lado do lugar onde eu trabalhava. Eu vivia o sonho de consumo de todo paulistano: ia a pé para o trabalho! No caminho, passava sempre pelo Friccó, um restaurante fofo na própria Rua Cubatão (e está lá naquele casarão desde 1997). Minha mãe falava bem do dono e da esposa dele (elas trabalharam juntas em banco há milênios atrás). Uma noite, eu e o marido (que na época ainda era namorido) resolvemos experimentar. Não é uma cantina daquelas típicas, onde mal se consegue conversar (apesar de eu curtir isso muito também!), e não é um italiano cheio de frescura. Tem um clima bem intimista, de restaurante do bairro. Mas, para nós, naquela época em que tínhamos vergonha de contar o nosso salário (ah! Essa foi pra minha ex-chefe! Haha), foi um jantar especial com uma conta meio salgada. Mas gostamos muito. A cozinha deles é aberta e tem até nome: Teatro della Pasta. Achei interessante, porque cozinhar é mesmo uma arte. A comida é italiana autêntica com umas atualizações e combinações deliciosas. Comi o clássico do lugar, Friccó de Frango (carne temperada com ervas especiais e vinho branco) com espaguete, e o Marcos comeu uma massa com frutos do mar (que ele adora e eu odeio). Já faz um bom tempo e eu ainda lembro direitinho (mulheres...). Passamos em frente na semana passada e vi que o lugar foi ampliado. Tem um espaço só de vinhos e, ao que tudo indica, o cardápio sofreu umas mudanças. O Sauro Scarabotta (dono e chef do lugar) é um italiano super estabelecido no mercado de restaurantes de São Paulo há anos (chefiou restaurantes como O Leopolldo e Bar des Arts) e está criando uns petiscos diferentes para combinar com os vinhos. Fiquei curiosa. Na verdade, fiquei foi com saudades dos aromas e gostos daquela nossa noite romântica de começo de namoro. Acho que vou convidar o marido para jantar na Vila Mariana... Convide o seu amor também! (Dani Krause)
www.fricco.com.br
PS: Sugiro fazer reserva (porque o lugar não é grande) e consultar os horários de funcionamento antes (não abre em todos os horários tradicionais todos os dias).

quinta-feira, 23 de abril de 2009

ARTES BRASILEIRAS NO ITAIM

Fui visitar uma colega aqui do trabalho na Maternidade São Luiz, no Itaim. Ela está bem e, Luísa, sua mais nova herdeira, é fofa e está ótima. Aproveitei que estava por aquelas bandas (a pé, lembre-se sempre!) e segui pela rua Bandeira Paulista. Ah, eu estava de férias (e andar no meio da tarde em São Paulo em meio a uma quarta-feira é uma delícia!!) . Na rua, lojinhas lindas de todos os tipos: de acessórios, de roupas, de bolsas (para vender no varejo ou atacado). Uma portinha ao lado da outra. Não estava com apetite consumista a ponto de bater na porta daquelas boutiques. Sim, não dá para entrar assim no ir entrando e seja bem-vinda. Percebi que na maioria delas, é preciso tocar a campanhia para colocar os pezinhos para dentro. Enfim, fui seguindo... e encontrei uma loja que já tinha entrado – essa sem bater na porta – há uns três anos. Chama-se Etnia e tem coisas lindas de todo o Brasil. Quadros, esculturas em barro, argila, papel machê, colares, bolsas, bonecas, jogo americano, sandálias, ganchos lindos para pendurar roupas... uma infinidade do supérfluo necessário à casa de cada um de nós, como diria Oscar Wilde. Da outra vez, saí de lá com uma galinha com pinturas diferentes para minha cozinha e um anjo de argila feito por um artista de Pernambuco. Desta vez, me apaixonei por outro anjo (eu tenho coleção deles). Este é de um artista de Santos. Lindo. É que eu não estava no espírito consumista porque havia uns quadrinhos coloridos lindos em promoção! Vale conferir nem que seja só para dar aquela espiadinha. (Dani Diniz)

PLANO B

Hoje a Av. 23 de Maio, para mim, foi um pouco mais do que o palco de um trânsito inexplicável (mas quase previsível) às 2h30 da tarde. Aproveitei que estava ali mesmo e comecei a reparar na “paisagem”. Primeiro vi um grafite num viaduto com um desenho e uma frase que dizia: “Você passa mais tempo no trânsito do que com a sua família”. Depois, li numa parede uma pichação que, com certa revolta, afirmava: “O amor é importante, porra”. Já tinha visto esta mensagem em um cartaz numa esquina da Rua Augusta há semanas atrás e achei bastante... contundente (é, contundente é a palavra). Seguindo mais um pouco, vi um adesivo num carro dizendo: “Deus enviou seu filho há 2000 anos num plano de amor e salvação”. Pensando na quantidade de coisas horríveis que vemos acontecer todos os dias, bem ao nosso lado, aqui na nossa cidade, no nosso bairro, no nosso quarteirão, fiquei torcendo muito para Deus ter um plano B. E deve ter mesmo, porque, pelo visto, muitas pessoas, de um jeito ou de outro, andam refletindo sobre amor e salvação por aqui... Que bom! (Dani Krause)

terça-feira, 21 de abril de 2009

PLUS DE PAIN!

Ok... não temos a Le Moulin de La Vierge nem a Poilâne, mas aqui também não é Paris, né? O que não nos tira o prazer de nos “contentarmos” em conhecer o Blés D´Or, aqui na Rua Tuim em Moema (contentar de ficar contente mesmo, porque eu saio feliz da vida de lá sempre!). É um misto de café, pâtisserie e boulangerie. Hoje mesmo fomos lá e fiquei pensando como eu amo os pães bem feitos (como o de queijo brie com vinho branco ou o de queijo camembert com vinho tinto) e aquele cheirão de chocolate que sai da cozinha. É um lugar muito agradável, com decoração meio rústica, espaços verdes e flores. Tem jeito mesmo de bistrô e boulangerie parisiense. Tudo perfeito para ter um tempo de paz e sossego (dá vontade de desligar o celular imediatamente só para não ser incomodada). Eu já tinha ficado completamente conquistada no primeiro domingo em que fui com o meu marido conhecer o buffet de café da manhã, que é ma-ra-vi-lho-so (exatamente desse jeito, sem faltar ênfase a nenhuma sílaba) e por isso fica bem lotado pelas manhãs. Na verdade não é bem um café da manhã, mais um brunch, porque você come muito bem e não consegue sair de lá pensando em comida por muitas horas. Eles têm ótimos sanduíches e salgados, como as quiches, o croque monsieur e o nosso bom e velho pão de queijo, e, também, doces deliciosos, como o bolo de maçã com nozes, o croissant de chocolate com cobertura de amêndoa e a tarte tatin (aquela torta de maçã com caramelo, que me dá água na boca só de pronunciar o nome...). Sabe quando você quer uma comidinha deliciosa e não sabe bem o que é? Lá você vai achar com certeza alguma coisa. Mas virei fã de carteirinha mesmo do lugar no último dia internacional da mulher: o chef, Didier Niepceron, um francês já abrasileirado e gentilíssimo, ofereceu uma taça de prosecco com licor de violeta para todas as mulheres e, depois, ainda veio até a nossa mesa, perguntou se tudo ia bem e me disse onde tinha comprado a bebida com a dica da promoção. Achei uma simpatia. A mesma simpatia com a qual são tratados todos os habitués ali do bairro, que são sempre as mesmas caras que vejo quando vou lá para curtir o lugar no café da manhã, ou quando passo correndo, só para levar uns pães e queijos especiais para casa e fazer o maior sucesso com as visitas. Très delicioso. (Dani Krause)

Buffet de café da manhã: R$30,00 por pessoa (com sucos à vontade e uma bebida quente)

www.blesdor.com.br

www.lemoulindelavierge.com
www.polaine.fr

sexta-feira, 17 de abril de 2009

BOM, BONITO E BARATO

Ontem fomos ver o show intimista da banda gaúcha Delicatessen no SESC Vila Mariana (pronto, marido, negritei o gaúcha). Adoramos. O espaço (auditório) não é grande e, por isso mesmo, ótimo, o preço melhor ainda (R$12,00 por pessoa para não associado) e o som de altíssimo nível. Eles fazem uma mistura de bossa e jazz da melhor qualidade, fugindo daquele tradicional batido, e receberam elogios de uma crítica bem entendida. Agora, estão lançando o segundo disco com músicas ainda mais bacanas e bem produzidas (algumas em português que ficaram uma graça). Eu não sou tão entendida, mas fiquei pensando que se eles tocassem “Atirei o Pau no Gato” deveria ficar lindo também... haha. Os músicos (Carlos Badia, Nico Bueno e Mano Gomes) são ótimos, mas a cantora, Ana Krüger, é uma verdadeira estrela jazzística em potencial. Quem diria que ainda teríamos a nossa? E quem diria que teríamos entretenimento de tanta qualidade por tão pouco? Isso, claro, comparando a um Hall desses da vida, que cobra caro para você ficar lá no fim do mundo e não enxergar nada (sofro com a minha miopia). Nunca tinha ido aos shows no SESC porque achava que tudo seria lotado e desorganizado. Super por fora! Tudo organizadíssimo, ingressos comprados com antecedência, estacionamento a R$4,00 no local e lugares confortáveis. Nas várias unidades do SESC da grande São Paulo (ou de Santos e do interior) é possível curtir shows que variam, em média, de R$12 a R$30,00 (para quem não é associado, se for é menos) e de gente super famosa como Ed Motta, Frejat, Lenine (pena que estava esgotado para o dia 21.04 agora...). E de gente absurdamente talentosa, mas ainda não tão famosa e que vale conferir. De hoje em diante vou pesquisar sempre no site do SESC SP para ver a programação e organizar com antecedência a compra de ingressos. Além dos eventos musicais, há apresentações de teatro, grupos de debates sobre literatura, cinema e vários outros assuntos interessantes. Alguns eventos são, inclusive, gratuitos. Só tem que ficar esperto para comprar ou se inscrever, porque tudo que é bom, bonito e barato acaba logo! (Dani Krause)
www.sescsp.org.br

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"PINDURA"

Não, ontem não foi dia 11 de agosto. E, ainda que fosse, eu nunca dei um “pindura” em toda a minha vida de estudante de direito nem de advogada. Pelo menos até ontem. Fui almoçar num lugar gracinha na Rua Mourato Coelho: o Les Delices de Maya (o próprio nome já diz que é delicioso e é mesmo). O espaço não é grande, mas nem precisa, porque grande é a simpatia com que você é recebido ali. Quando cheguei, o lugar estava lotado (ótimo sinal). Então, resolvi dar um tempo olhando a loja Portfólio que fica bem em frente. Comprei um caderno muito bonito (aliás, ali tem coisas lindas de papelaria e eu sou muito, muito mulherzinha mesmo porque amo papelaria). Bom, feita a compra, voltei ao Les Delices de Maya. Eles têm pratos ótimos, quiches e empanadas que a própria Maya cria e faz (pode levar para casa porque tem congelado). Resolvi pedir um espaguetinho com molho de sálvia e frango ao bechamel. Ótimo. Ah, e a limonada suíça é super refrescante e divertida porque é servida numa garrafinha de Coca Cola (fiquei me perguntando onde estaria a minha velha coleção de garrafinhas de Coca Cola do Mundo... Lembra daquilo? Só se você tiver mais de 30 anos... hehe). Sem mais nem menos, resolvi confirmar (com a própria Maya, que recebe todo mundo como se estivesse na casa dela) se eles aceitavam mesmo Visa. Ai! Estavam com problemas na máquina há dias. Ô intuição... E eu, só pra variar, não tinha um tostão na carteira além do exato para o estacionamento. Bom, pensei, lascou-se tudo. Imagina... Ela disse para eu nem encanar, que outro dia eu passava lá pra pagar ou depositava na conta, que era para eu comer o que quisesse, que não tinha problema nenhum etc. Super querida. Assim, enfiei o pé na jaca mesmo e “pindurei” bem “pindurado”. Comi até uma sobremesa maravilhosa: pavê de figo, que a Maya tinha criado no mesmo dia para o almoço como novidade. Muita sorte a minha. Com toda a certeza, está entre os melhores doces que eu já experimentei. Confesso que fiquei com vontade de provar o brigadeiro, que é servido numa panelinha de ágata com umas colheres para dividir, mas eu estava sozinha e podia ter uma overdose de glicose. Dá pra perceber que tudo ali é feito com muito carinho e com aquele jeitão simples que te deixa à vontade. Várias pessoas que almoçaram no restaurante foram tratadas por seus nomes e eu acho isso o máximo numa cidade como São Paulo. Claro que eu corri e depositei o valor do almoço na conta, mas ali na hora não fiquei nada constrangida com a situação do pagamento porque tudo foi levado numa boa... fiquei tão sossegada que até esqueci o caderno da Portfólio lá e eles me ligaram (!) para avisar. Fiquei pensando no que minha avó dizia: a gente esquece uma coisa num lugar quando gostou muito e quer voltar... não preciso dizer mais nada, né? (Dani Krause)



Atendendo a pedidos: almoço completo R$33,00.
www.atelieportfolio.com.br
Les Delices de Maya – Rua Mourato Coelho, 1044 – (11)3813-3498

segunda-feira, 13 de abril de 2009

IDEIAS À VENDA

Em janeiro do ano passado, o Marcos, meu marido, fez 30 anos. A comemoração estava preparada para ser no Rio Grande do Sul, onde ele nasceu, com toda a família reunida. E assim foi. E foi muito legal. Mas eu queria dar um presente especial para ele. Não servia qualquer coisa comprada pronta numa loja. Eu queria um presente diferente. Foi nessa busca que eu encontrei a Boutique de Ideias (Rua Helena, 170, cj. 122, Vila Olímpia), um lugar especializado em bolar presentes e lembranças personalizados. Fiz o Livro dos 30 anos do Marcos, com fotos da infância, adolescência, formatura, família, nosso casamento e, ao final, colocamos várias mensagens de todos os amigos, parentes e pessoas especiais para ele. O resultado ficou incrível: eu adorei e ele amou (e chorou, claro). Além disso, a Tiz e a Leonora tiveram a maior paciência do mundo comigo porque eu tinha que aprovar o trabalho lá de São Leopoldo, numa lan house, e super em cima da hora! Depois disso não me canso de indicar o lugar para todo mundo que eu conheço. Elas têm umas tiradas ótimas, como o calendário e agenda personalizados, os chocolates com fotos e mensagens, blocos de anotações com montagem de fotos impressas e mais um monte de coisas que só conhecendo pessoalmente ou fuçando no site e no blog delas dá pra descobrir. Se você quiser causar uma reação diferente ao presentear alguém ou criar lembrancinhas e coisas do gênero, vá lá... tem um loja inteira de ideias pra te ajudar. (Dani Krause)

FRESCURA NO BOM SENTIDO

2009 é o ano da França no Brasil. Tanto tem se falado a respeito e eu ando sentindo tanta saudade da nossa viagem à Paris, que resolvemos ter uma experiência diferente neste domingo de Páscoa. Eu e meu marido nunca tínhamos ido a um restaurante francês aqui no Brasil. E o medo dos preços exorbitantes e das porções ínfimas? Mas decidimos conhecer o comentado Le Petit Trou (O Buraquinho), o pequeno e charmoso bistrô que o músico Edgar Scandurra (do Ira!) abriu aqui em São Paulo. Já gostei da entrada do restaurante: uma porta com vidro lindamente decorado. A ideia teria vindo de uma viagem dele para a costa norte da França (Bretanha e Normandia) e os pratos ganharam versões um pouco diferentes daquela cozinha francesa tradicional. O nome é uma homenagem a uma música do famoso cantor francês Serge Gainsbourg, cujo universo artísico teria sido a inspiração da decoração do restaurante (que é uma graça... tá é bem coisa de mulherzinha ficar dizendo isso, né? hehe). Na parte de cima tem um bar bem bacana (Gainsbar), mas mais pra curtir à noite mesmo. O menu não é enorme (o que eu acho ótimo), mas tem uma variedade muito boa de pratos. A comida é francesa sim, mas menos cheia de frescura. Frescos mesmo só os ingredientes. Eles têm muitos peixes e frutos do mar (para a alegria completa do meu marido), crepes (o de queijo brie com mel e vinho tinto foi o que eu comi e adorei), umas saladas diferentes, além de pato, carnes diversas e coq au vin (no caso não é feito com vinho, mas com a sidra típica daquela região francesa, que, aliás, é a bebida da casa). Servida em canecas de cerâmica, a sidra é provada de um jeito quase bretão mesmo... e delicioso. Para os padrões, o preço não fica nada absurdo se você maneirar nas entradas e sobremesas. Fomos almoçar, mas acho que é um lugar maravilhoso para ir à noite e a dois (se você quer impressionar e está com uma graninha extra pra gastar, é uma ótima pedida). Não sei se foi sidra demais, mas logo ali, em Pinheiros mesmo, bem no meio de São Paulo, atingi quase a perfeição: excelente companhia, boa comida e aquela romântica atmosfera francesa, claro, melhorada uns 300% pelo atendimento bem brasileiro! (Dani Krause)


Ah! E para o Anônimo que me "corrigiu" por escrever sidra com "S" dizendo que era com "C" (e ainda me chamou de "Dra" com ironia), informo que cidra é o fruto da cidreira (uma frutinha azeda que não tem nada a ver com a maçã) e que a bebida espumante fermentada de maçã é com "S", de sidra mesmo. Haha... amigo(a), antes de falar, confira aí no dicionário. Beijos, Dra. Dani Krause.

sábado, 11 de abril de 2009

NOSSO VERSAILLES

Estava esperando há semanas aquele passeio da escola. Íamos ao Museu do Ipiranga. Acho que eu sempre fui uma criança diferente, porque desde pequena adorava ir a museus. Mas bem no dia do tal passeio fiquei super doente e não pude ir. Que frustração. Depois, nunca mais me empenhei em criar uma única oportunidade para sanar essa “lacuna cultural”. Hoje, finalmente, acabei com isso. Que vergonha. Tenho quase 30 anos e nunca tinha ido ao Museu do Ipiranga! Conheço museus em várias cidades do mundo e não conhecia o mais paulistano dos museus. Enfim, pronto. Adorei o Parque da Independência, espantosamente bem cuidado. E adorei, também, passear pelos jardins do museu. Não estava muvucado porque era bem meio de feriado de Páscoa, então, foi tranquilo caminhar por ali e a impressão pode ter sido melhor do que num outro final de semana normal. O parque atrás do museu também é uma delícia. São Paulo precisava de muitos mais espaços verdes e abertos assim. O museu começou a ser construído em 1885 e já foi composto pelos acervos dos atuais Museu de Zoologia e Museu de Arqueologia e por outra parte de peças e artefatos para louvar a monarquia brasileira e seu principal feito: a Independência do Brasil às margens do córrego do Ipiranga. Mas logo depois veio a proclamação da República e o lugar virou um monumeto micado, se tornando um museu confuso numa construção não terminada (de acordo com o projeto original haveria outras duas alas laterais). Hoje, os acervos foram separados e organizados e o prédio, apesar de precisar de uns retoques, é bem bonito e tem uma inspiração bem típica do século XIX. Admiradores ferrenhos do estilo francês, os arquitetos e projetistas da época tiveram nitidamente a pretensão de imitar a tendência à simetria do Palácio de Versailles, o que, para os nossos padrões tupiniquins, até deu certo. O acervo atual é um pouco limitado e sem informações adequadas em inglês (vimos alguns turistas decepcionados por lá hoje) e podia sim ser bem incrementado com um pouco mais de atenção. Porém, reúne peças bem interessantes sobre o cotidiano do Brasil Colônia até o final do século XIX, sobre o impressionante desenvolvimento de São Paulo e algumas pinturas, principalmente as encomendas por Afonso d'Escragnolle Taunay (diretor do museu no início do século XX), sobre a época das Bandeiras, das Monções e da Colonização do Brasil. Para mim ficou clara a intenção, na formação do acervo atual, de focar nos feitos dos primeiros paulistas que fundaram as Vilas de São Vicente e São Paulo e que saíram por este Brasil a fora desbravando o interior e ajudando a formar uma cultura tipicamente brasileira (mesmo que esses mesmos “desbravadores” tenham massacrado e escravizado a população indígena local pra isso...). Além de obras de Benedito Calixto, Almeida Júnior e outros artistas do início do século XX, o famoso quadro “Independência ou Morte” de Pedro Américo (aquele clássico que aparece em todos os livros de história sobre o Grito de Independência) merece ser visto. Mas deve ser encarado muito mais por sua contribuição artística do que como ensinamento sobre a verdade histórica. Afinal, não há possibilidade daquela cena ter sido tão glamorosa. Por óbvio D. Pedro I não estava montado naquele lindo cavalo, nem cercado pela guarda real com traje de gala num calor dos infernos. Devia era estar exausto, enfrentando um terreno acidentado no lombo de um jegue e com a cabeça cheia das chatices imperiais... hehe. Mas o fato é que não podemos nos dizer verdadeiramente paulistanos sem conhecer o Museu do Ipiranga, sua história e o que podemos aprender ali sobre a nossa própria história e, principalmente, sobre o que queremos e não queremos mais para o nosso futuro. (Dani Krause)
www.mp.usp.br
www.chateauversailles.fr

RUA AMAURI

Ela é pequena, charmosa e cheia de restaurantes. Uma das ruas preferidas das fontes que marcam nossos – lembram? -- eternos almoços de negócios. Já passaram pela Amauri (aquela travessinha da Faria Lima) alguns bacanas que fecharam suas portas. Outros, como o Parigi (e seus homens de preto) e o casual Ecco (e seus rostinhos bonitos), resistem. E há sempre os não tão recentes mas recentemente descobertos por mim, como o Forneria São Paolo, que descobri ontem. O lugar é agradável, dá para conversar numa boa (sem ouvir aquele zunzunzun típico numa quarta-feira às 12h30 na Amauri) e o cardápio é suficiente para abrir o apetite. Há sanduíches, os clássicos paninis, saladas, carpaccios, massas e carnes. Dá para fazer combinações também. Indecisa, acabei acatando a sugestão do garçom: penne ao molho de tomates, pedaços de carne e azeitonas. A cumbuca parece – a princípio pequena – mas é funda e satisfez bastante! Foi uma boa pedida e o preço não assusta: 36 reais. O cardápio de sobremesas dispensei, afinal, estamos em época de Páscoa, vou para casa da mãe e o final de semana promete. E o clima aconchegante e simpático contribuiu para esquecer que aquele momento também fazia parte do trabalho. Na Amauri, como disse a própria fonte, até a Pizza Hut fica mais bonita! (Dani Diniz)
Forneria San Paolo - Rua Amauri, 319 -Itaim Bibi - (11) 3078-0099 / 3078-4888

quarta-feira, 8 de abril de 2009

DELÍCIAS DO ORIENTE

Essa moda de Oriente ainda nem estava tão em alta e, um dia, eu cismei de comer kebab. Aqui em São Paulo tem de tudo, tinha que ter um lugar legal. Parecia desejo de grávida (e eu ainda nem sei como é isso!). Fomos até a Kebaberia (com esse nome não tinha erro!). Ainda era um espaço bem pequeno com uns balcões moderninhos e apertados lá na Rua Dr. Renato Paes de Barros. É um prato simples, mas aquele pão fininho enrolando uma ótima abobrinha refogada com queijo e molho de mel me conquistou. Fico sempre impressionada como a natureza nômade dos povos do Oriente gerou uma tradição gastronômica de comidas práticas de fazer e de transportar, sem deixarem de ser deliciosas. O kebab é um exemplo perfeito disso, tanto que hoje é uma típica comida de rua, super contemporânea e de acordo com a correria do mundo moderno. Não resisti e pedi outro (pequeno!). E depois um de banana com nutella pra finalizar (também pequeno!). Ótimos. Disse meu marido que o de pernil de cordeiro também estava muito bom. Ah, e os preços eram muito justos (ainda são, segundo o cardápio do site). Um bom lugar para levar aquele seu amigo canguinha. Sabe aquele tipo que quer sempre levar vantagem na “relação custoXbenefício”? Sabe, Gui?... hehe. Ainda não fomos ao novo espaço na Joaquim Floriano, mas, pelo que vi no site, deram um excelente upgrade, decorando a casa nova num estilo bem oriental (tudo a ver). É... fazer o quê? Agora estou praticamente obrigada a ir lá de novo, conhecer as novas instalações e... já que estaremos ali mesmo, dar uma provadinha nas anunciadas novas opções do cardápio. Mas quero conhecer um outro lugar recomendado pelo Guia Quatro Rodas: o Kebab Salonu. Parece ser um lugar com uma comida mais elaborada. O pessoal do restaurante diz fazer uma "releitura da culinária do Oriente Próximo, Norte da África e Península Indiana", sendo também um Café Turco com bebidas exclusivas. Uma amiga disse que lá tem um couscous marroquino fantástico. Vou saber como é e depois eu conto tudo... Mas se você for lá primeiro, me conta correndo?! (Dani Krause).

CINDERELA MODERNA SOFRE!

Depois de alguns dias seguidos vindo de táxi para o trabalho, hoje decidi pegar o ônibus. E de salto. O desafio maior não foi esperar o ônibus, pegá-lo ou esperar suas paradas no caminho até à Editora Abril. Não. O desafio maior foi andar da minha casa, na Rua Piauí, até a Av. Angélica. Uma linha reta, é verdade. Mas cheia de buracos, ladrilhos soltos e calçadas despedaçadas. Um prato cheio para o saltinho. Contei três tropeções até chegar a meu destino. E não sou daquelas que caem fácil. O problema foi enroscar nos espaços das calçadas o salto e me equilibrar tentando achar um espaço liso ao lado. Andar em São Paulo de salto tem dessas. Quando fazia o trajeto da Paulista (antes da reforma) enrosquei várias vezes o sapato no tal ladrilho português que cobria a Avenida. Graças a Deus cimentaram tudo aquilo. Um alívio para minhas caminhadas na Paulista. Deveriam fazer o mesmo em várias calçadas, facilitando o vai-e-vem dos pedestres, estes que sofrem também com o tempo dos semáforos. Os minutos que se espera para atravessar qualquer cruzamento em São Paulo deveriam ser computados no relógio antes de assumirmos compromissos. Dependendo do local, é fácil perder mais de cinco minutos. Mas isso já é assunto para um próximo post! (Dani Diniz).

terça-feira, 7 de abril de 2009

RARA ALEGRIA NO PARQUE

O Parque do Ibirapuera é a redenção dos paulistanos e o passeio mais óbvio ululante da cidade. E nem por isso menos delicioso. Dar voltas e mais voltas ao redor daquele lago sob aquelas árvores velhas conhecidas é algo que já faz parte da essência de São Paulo. Mas há tanto para ver e fazer ali... Entre os prédios do Niemayer, a Oca e o Pavilhão da Bienal, fica o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) com um acervo permanente de quase 5 mil obras datadas a partir do início do século XX. E bom é terminar a visita passando na lojinha do museu: um ambiente agradável para folhear uns livros de arte com calma e escolher um souvenir, uma gravura das obras do museu para colocar em casa ou até um presente diferente dentre os objetos da grife do MAM. Antes de entrar no museu, porém, vale passear pelo Jardim das Esculturas, um espaço com intervenções de artistas famosos bem no meio do paisagismo de Burle Marx. Tem, também, o Auditório Ibirapuera, com shows e apresentações numa arquitetura que foi considerada um dos prédios mais “cool” do mundo! Agora, onde era a Prodam, bem ao lado do Museu AfroBrasil (que também vale uma visita), a Prefeitura promete inaugurar o Pavilhão das Culturas Brasileiras (previsão para 2011), um novo espaço que somará acervos de outros museus (como o Museu de Folclore, por exemplo) e concentrará tecnologia e novas aquisições de peças para destacar a cultura popular brasileira. A ideia é incluir desde o maracatu até o melhor do grafite, do hip hop e da street dance e mostrar a riqueza cultural do nosso país de uma forma acessível. Além disso, há coisas para rever. Como o Monumento às Bandeiras de Victor Brecheret (a obra levou quase 30 anos para ser feita por um ícone da escultura do século XX e merece uns poucos minutos da nossa “preciosa” atenção. Sem subir nela, pelo amor de Deus!), o Viveiro Manequinho Lopes, o Pavilhão Japonês e o Planetário, que está reformado e continua me encantando como da primeira vez com o passeio da escola. Tudo tem cara, cheiro e gosto de manhã de domingo pra mim: os esportistas de final de semana, a muvuca dos milhares de visitantes por dia, os atropelos de bicicleta, o pessoal nas quadras de basquete, o sorvete de três cores (sabe-se lá em que condições aquilo é feito?! haha), a cachorrada e o pessoal dormindo sobre a grama. E eu adoro. Acaba sendo o mesmo lugar e sempre diferente, com a possibilidade de ter contato com experiências humanas únicas. Foi o que aconteceu da última vez em que estive lá. Algo bem prosaico que me fez refletir muito: estávamos caminhando no parque quando uma menininha, andando de bicicleta, passou à frente de seu pai e de sua mãe bem ao nosso lado. Reparei bem nela porque tinha uns cachinhos fofos que balançavam muito. De repente, ela virou para trás e disse toda alegre: “Nossa, mãe, como o papai está feliz hoje, né?!”. Fiquei triste. Deve ser raro ela vê-lo assim... (Dani Krause)
www.mam.org.br
www.auditorioibirapuera.com.br
www.travelandleisure.com/slideshows/worlds-coolest-buildings/2
www.museuafrobrasil.com.br
www.prefeitura.sp.gov.br/planetarios

domingo, 5 de abril de 2009

ALMOÇO MICADO

Infelizmente, não dá pra ficar só elogiando. Às vezes há experiências não tão boas que merecem ser comentadas. Hoje fomos almoçar com um casal de amigos queridos na Vila Madalena. Apesar de conhecermos de outros carnavais a lotação quase asfixiante e o atendimento sofrível do Galinheiro Grill, queríamos muito comer um franguinho e aquela ótima polenta com queijo parmesão ralado. Fomos, então, saber da fila e ela era de, no mínimo, quarenta minutos. Estávamos quase desmaiando de fome e não ia rolar esperar. Andando pela mesma Rua Inácio Pereira da Rocha, chegamos a um lugar relativamente novo: o San Sebastian. O espaço é bem bacana, tem uma produção própria de chopp (Alles Bier) e se gabam de estarem 24h abertos. A questão é que para abrir a porta de um estabelecimento é preciso estar 100% preparado em todos os sentidos e definitivamente eles ainda não estão. A ideia de um preço fixo a R$30,00 para buffet de saladas e rodízio na mesa com 3 tipos de risotos, 2 de massas e 2 grelhados é realmente boa. Mas... a variedade das saladas é fraquíssima e para que as comidas quentes chegassem a nossa mesa foi um sufoco. Os garçons e atendentes até pareciam empenhados, porém, muito atrapalhados. Está certo que tinham feito uma reserva para um almoço de um grupo grande, mas o salão não estava nem perto de estar lotado e, ainda assim, estavam correndo para todos os lados, atrasando entregas de pedidos de bebida, esquecendo de servir pessoas da mesma mesa e demorando demais com a conta. Talvez tenha sido só um dia ruim e pode ser que à noite, na hora da balada ou pós balada, com o pessoal nas mesas com saída automática e marcação de choppes fique mais interessante, mas, para mim, desta vez, não valeu a viagem. (Dani Krause)

sábado, 4 de abril de 2009

DIVERSÃO MÓVEL

Assim como os bancos da varanda, nossa mesa da sala de jantar foi “herdada” da minha cunhada. Mas já está meio bamba e grande demais pra nossa casa. Então, sem muita pressa de resolver (porque ainda não temos toda a grana pra pagar), fui dar uma olhada por aí. Adoro os móveis do Fernando Jaeger e me arrisquei numa visita. Achei tudo lindo, principalmente a mesa Donna e a cadeira Nô. E sabe que os preços não são muito diferentes de TokStok, Etna ou Casablu?! A diferença, talvez, fique no número máximo de parcelas que essas lojas maiores conseguem fazer, mas eu achava que os preços seriam muito mais altos do que realmente são em vista da qualidade. A loja da Rua Coronel Melo de Oliveira é pronta entrega e não tem tudo, mas tem muita coisa interessante por preços com ótimos descontos. Para quem está decorando a casa toda vale passar lá para dar uma fuçada. A loja da Rua Tavares Bastos (também na Pompéia) é super completa e você pode encomendar os móveis em outras medidas que sejam mais adequadas. O atendimento foi ótimo. Nada daquela soberba chata de loja de designer. Depois, fui até a Vila Madalena (só pra variar...), na Decameron Design. Achei uma mesa linda (Prana) e cadeiras bacanas sem serem incompatíveis com a decoração da minha casa (Trapézio). Incompatíveis mesmo só os preços. Mas a loja é incrível. Tem umas coisas malucas por lá (só podia ser invenção de designers holandeses... que diga meu amigo Röel!). Imaginem: encostos de cadeiras antigas para colocar num tronco de árvore ou um balanço com espaço para plantas de verdade para colocar no meio da sala ou na varanda de casa? Pois lá tem. E tem muito mais! Capachos em formato de coelho ou hipopótamo, uma cadeira de metal leve que você “molda” com umas marteladas (pode servir também pra descarregar a raiva do trânsito, do chefe, do seu time que perdeu... poderia chamar cadeira descompressão. Adorei!) ou uma luminária de garrafa de leite e várias coisas legais que podem transformar o dia a dia numa experiência muito divertida. (Dani Krause)
www.fernandojaeger.com.br
www.decamerondesign.com.br

quinta-feira, 2 de abril de 2009

MUNDO DOS PÃES

Desde que tenho alguma lembrança desta vida, vejo minha avó sentada em frente à TV todas as tardes, com um papelzinho e uma caneta nas mãos, anotando alguma nova e maravilhosa receita daqueles típicos programas femininos. Receitas que ela não só arquiva como faz todas divinamente (para a desgraça de qualquer tentativa de dieta da neta). Mas de todas as mil receitas que ela já deve ter visto, anotado e preparado, sem dúvida nenhuma, os pães, bolos e doces do Benjamin Abrahão são seus preferidos disparado. Assim, com tal excelente recomendação, para mim é fácil entender porque a padaria dele foi eleita por anos consecutivos a melhor de São Paulo. A primeira que ele abriu, em 1976, chamada Barcelona, já é um patrimônio de Higienópolis bem em frente à FAAP. A Benjamin Abrahão Mundo dos Pães, que hoje é tocada pelo seu neto Felipe, além da matriz na Rua Maranhão e de uma filial lindíssima na Rua José Maria Lisboa (Jardim Paulista), tem outras unidades pela cidade, inclusive no Mackenzie (ai, que saudades da faculdade que me deu agora...). Como estou trabalhando perto da Rua Maranhão, passar ali pelo menos uma manhã por semana e tomar um capuccino com um mini croissant de chocolate (pedir o mini é só hipocrisia da minha parte, porque eu comeria fácil um grandão) faz meu dia começar infinitamente melhor. E, claro, não saio de lá sem um pouquinho de pão de queijo e croissant de goiabada para o lanche da tarde do pessoal do escritório. O pão caseirinho, os suspiros de vários sabores, a ciabatta recheada de queijo e tomate seco e a rosca de nozes... tudo lá é delicioso. E, além de levar, você pode provar ali mesmo, basta pedir no balcão (eles não têm atendimento nas mesas) e sentar numa das cadeiras que ficam do lado de fora. Então, se você passar por ali um dia, aproveite e pare só uns minutos (eles têm manobrista e estacionamento). Se dê o direito de apreciar um pãozinho ou um doce com um café ou um suco de melancia (que é ótimo) e curta o lugar. Leia um livro, uma revista, ligue para um amigo com quem você não fala há séculos ou acompanhe as figurinhas de Higienópolis passeando com seus fofos e bem tratados cachorros de apartamento. Apesar de ter adquirido um status de boulangerie e ser super bem frequentada, os preços não são exagerados e, pelo menos pra mim, nunca vai deixar de ser uma boa e velha padoca. Tenho certeza que o próprio Benjamin, lá no paraíso dos padeiros geniais, preferiria assim... (Dani Krause)
www.barcelonapaes.com.br
www.benjaminabrahao.com.br

DOCE CANTO DE HIGIENÓPOLIS

Hoje pensei que iria encontrar uma grande amiga de manhã. Daquelas amizades de infância em que o tempo não destrói mas a distância prejudica. Não deu certo. Ela se enrolou no curso que está fazendo perto da minha casa e eu acabei tomando café sozinha. Não foi terrível, afinal estava num cantinho charmoso do meu bairro, Higienópolis. E é sobre esse cantinho que quero falar – entre as ruas Pará e Itacolomi. Aos poucos, esse canto foi recebendo vários lugares gostosinhos e bacanas. O restaurante Ici Bistrô foi um dos primeiros. Depois veio a Dulca, uma confeitaria tradicional paulistana, onde eu tomei meu café. O folheto diz que ela existe desde 1951 e seus mini doces são o que há de melhor por lá. Tomar um café acompanhada de um mini sonho, por exemplo, mata a gula sem peso na consciência. Fora que tudo é tão charmoso que faz bem para os olhos. Em época de Páscoa, o pequeno jardim está enfeitado de ovos e há galinhas de cerâmica pintadas de diferentes cores e de todos o tamanhos, cheias de ovinhos. Um presente diferente para o domingo de Páscoa. Ao lado da Dulca, na própria Rua Pará, um cubículo que cheira chocolate, com mesinhas na calçada, também instiga a curiosidade. É o choco.lab. Lá estive apenas uma vez mas valeu muito a pena. Tomei um café (já deu para notar que sou apaixonada por café) com uma trufa de chocolate meio amargo com laranja. Deliciosa. É possível encontrar vários tipos de chocolate por lá, com suas explicações de origem, teor de cacau etc. Um paraíso para os chocólatras. Sem sair da Rua Pará, também esquina com a Itacolomi, e bem em frente à Dulca, a Mercearia do Francês caiu no gosto do público de Higienópolis. Sempre está lotada. A fórmula foi bem feita: um ambiente agradável, com parte das mesas ao ar livre, e um cardápio simples mas gostoso que vai de sopas, massas até, claro, crepes deliciosos (o cardápio está disponível no site). Tem um porém apenas. À uma da manhã eles viram abóboras e começam -- delicadamente – a expulsar os clientes, limpando mesas e virando cadeiras para cima. Um jeito francês de dizer “tchau”. (Dani Diniz)