quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

NOVAS ANTIGAS TRADIÇÕES NATALINAS

Ainda não falei aqui como eu amo Natal. É, eu amo. Fase agitada: temos que nos dividir em vários, atender a todos os convites, festas de final de ano, comemorações, amigos secretos micados, muito trânsito, correria, cumprir últimos prazos no trabalho, compras, ajudar aos necessitados, crianças, controlar minha ridícula vontade de tirar uma foto com o Papai Noel do shopping... ah, mas eu adoro! Curto esse clima que fica no ar. Sou uma pessoa melhor no Natal. Mas melhor mesmo é ouvir uma palavra positiva sobre bondade e Deus (ou sobre o que quer que se acredite), encontrar a família toda, ouvir músicas natalinas, comer peru com fios de ovos e cereja em calda, a rabanada da Tia Lídia, nozes e panetone. As comidas dessa época são únicas, são memória emotiva mesmo. E, nos últimos anos, outras tradições vêm sendo incorporadas aos meus costumes natalinos paulistanos, as gaúchas-alemãs, agregadas pela família do marido. Coisa fofa que eu acho que eles fazem são os Platzen, umas bolachinhas decoradas feitas em formatos de estrela, sinos, bota de Papai Noel etc.... Tudo feito em casa, embrulhado e dado de presente. As crianças participam usando os cortadores em formatos diferentes e tudo vira uma diversão bem melequenta e engraçada na hora de decorar as bolachas. Mas (e isso eu tenho certeza que já falei aqui) eu sou uma cozinheira medíocre e é bem capaz que eu estrague a massa ou queime tudo no forno. Então, acabo sempre não seguindo tanto a magia e compro tudo pronto mesmo. Se você é como eu ou só não tem tempo, a bolachinha que eu adoro chama Spekulatius. Parece mais nome de mágica do filme do Harry Potter, mas, na verdade, é uma bolachinha austríaca (ai, ficou meio confuso agora, mas essa coisa de culinária alemã e austríaca se misturam mais do que se possa imaginar) e leva amêndoas, canela e outras especiarias. O negócio é tão bom que até o Luiz, marido da outra Dani e a pessoa mais encrencada para comer do mundo, adorou. Ficam uma graça para dar de lembrança e podem ser encomendadas aqui em São Paulo com o pessoal do Sabor da Áustria, com quem outras delícias para a mesa da noite de Natal também podem ser compradas. Eu sugiro algumas: a Torta de Nozes, o Apfelstrudel (enrolado de massa folhada com recheio de maçã) e a Schokoladetorte (até quem não entende entendeu, né? Mas é uma torta de chocolate boa demais). Lá tem outras várias opções de comidas terminadas em "aumen", "irsch", "kuchen", "plaumen", "oulash" e, apesar dos nomes intimidadores, tudo é delicioso. Aproveite, porque arrumar a festa é uma parte gostosa. Feliz preparação para o Natal!!!! (Dani Krause)

(11) 5541-8004

PRATICIDADE SABOROSA

Eu ainda não tenho filhos, mas tenho quatro sobrinhos maravilhosos com quem ando treinando bastante nos últimos anos. Aprender, com as experiências dos outros, sobre o que é bom e o que não dá tão certo assim é um ótimo treino para quem está em fase de preparação para a chegada do seu próprio pimpolho. Aprendi, por exemplo, que as fáceis e famosas papinhas industrializadas adoradas por mães do mundo todo, ainda mais as paulistanas workaholics, não são tão adoradas assim pelas crianças. O que é absolutamente compreensível já que quem se dignou a provar aquilo percebe facilmente o gosto de meleca de nada que tem. Nas primeiras vezes, é colocar na boca da criança pra ela “blurgh” pra fora. Depois, a criança até se acostuma e, com a fome, manda ver, mas é completamente diferente do prazer que ela demonstra sentir quando come uma comida feita em casa, com um pouco de tempero e sal. Pensando nisso, uma mamãe de visão abriu em Moema o Empório da Papinha. É uma loja de comidinhas prontas para crianças entre 4 meses e 3 anos feitas só com alimentos orgânicos e em combinações saborosas e temperadas na medida. Vai de papinhas a sopas e risotos. E eles fazem entregas das encomendas numa bolsa términa muito útil. Claro que toda essa qualidade e praticidade têm seu preço (acréscimo de uns 20% no preço das papinhas industrializadas normais), mas acho que vale a pena pagar um pouco mais e ter a certeza de que a hora da alimentação seja um momento prático para a mãe e muito prazeroso para os pequenos. Afinal, criança não é boba e sabe desde cedo o que é bom! (Dani Krause)


Av. Açocê, 648 - Moema - 5051-4343

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

SEXTA À NOITE NA CIDADE

Sexta-feira passada tive uma noite bem paulistana. Saí da Ed. Abril quase 21h, peguei um táxi que me deixou no metrô Vila Madalena e, de lá, segui até a estação Consolação. O burburinho já era grande na Av. Paulista entre casais hetero e muitos homossexuais, malabaristas, tocadores de violino e, claro, meninos vendendo doces. Fui até o Center 3 onde me encontrei com meu marido. Queríamos assistir à estreia de 2012 mas, pelo horário, optamos pela comédia argentina "Um Namorado para Minha Esposa". Bem fraco, por sinal. Ao sair, fome e a pergunta de sempre: o que e onde vamos comer? Quando estamos com amigos (Dani Krause sabe do que falo) o destino é quase sempre o mesmo: o La Villete, na Praça Vilaboim. Sexta pensamos em aproveitar a noite quente e o agito da Avenida e andar até a Bella Paulista, padoca chique na Haddock Lobo. Impossível. Era quase meia-noite e havia fila de espera para conseguir uma mesa. Não pensamos nem em comprar pão pois tinha gente demais lá dentro. (Padocas paulistanas rendem um outro post e até um ranking!) Foi aí que lembramos do Frevo, um lugar já antigo na Rua Augusta, com mesas de madeira, cadeiras vermelhas e garçons de gravata borboleta. Parece que você está numa lanchonete dos anos 60 (foi aberta em 1956 na Rua Oscar Freire) com frascos de mostarda e catchup daqueles amarelo e vermelho nas mesinhas. Tudo bem simples e prático. A casa tem pratos fartos mas é famosa pelos beirutes. Pedi o tradicional, o chamado Beiruth mesmo, de rosbife. Excelente. Havia bastante gente e de idade variada: de jovens dos seus 18, 20 anos, casais de namorados e pessoas mais velhas. Preciso falar também das belas pinturas do Fulvio Pennacchi (parente do marido) que enfeitam a entrada do local. Morando tão perto dali e freqüentando tanto os cinemas do Center 3, nós apenas nos perguntamos: como não descobrimos esse lugar antes? Coisa de paulistano! (Dani Diniz)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A DOIS PASSOS DO PARAÍSO

Acho que já contei aqui que, há alguns anos, morei na Vila Mariana e trabalhei no Paraíso. É, já contei. Mas não contei que além de todas as conveniências de morar perto do trabalho, havia a graça de trabalhar num bairro ótimo como o Paraíso. Porque ali é uma delícia para caminhar, é pertinho do shopping, do metrô e tem ótimos restaurantes onde almoçávamos todos os dias em galera. Eu adoro almoçar em galera. Dá trabalho pra encontrar mesa, a gente pega mais fila, mas é muito mais divertido. Hoje fiz um flashback desses tempos. Passei ali na Rua Coronel Oscar Porto com a minha mãe, não resisti e tive de parar para almoçar no Tenda do Nilo. O restaurante é pequenininho, mas tem, juro, uma das melhores comidas árabes da cidade. Quando eu e o pessoal do escritório frequentávamos ali, as irmãs Xmune e Olinda, donas do lugar, serviam pratos conforme o dia da semana e, claro, as esfihas, kibes e kaftas. Hoje, o cardápio está fixo e mais completo, com umas novidades interessantes. Como o Fatte, uma mistura crocante de pão árabe torrado, carne, grão-de-bico, coalhada fresca, castanhas de caju e alho frito, que eu vi o pessoal da mesa ao lado aproveitando e comentando sobre o “sabor incomparável”. Parecia que a novidade do prato era tanta e tão positiva que causava uma certa alegria nas pessoas que comiam. Tem também o prato de trigo com costela de boi desfiada, que tem um perfume adocicado impressionante e um sabor que encantava um senhor italiano bonachão que não parava de falar "Hummm... buono” atrás da minha mesa. Mas hoje quis mesmo rememorar os clássicos do lugar. Pedimos um kibe e a mamãe quis colocar limão na parte dela antes de comer e foi imediata e gentilmente advertida pela atendente (filha de uma das donas) que aquilo “era uma exceção” por ser a primeira vez dela lá, mas que kibe de verdade como aquele se comia puro, “muito menos com limão!”. Mamãe ficou meio contrariada mas concordou. Eu achei graça, porque, realmente, o kibe considerado o melhor da cidade deve mesmo ser provado sem mais nada. Para mim, os pontos fortes mesmo são as esfihas do Tenda do Nilo, feitas pela Olinda na sua casa, sem deixar escapar nenhum detalhe (mesmo tamanho, quantidade exata de recheio etc.), fazendo jus ao seu confesso complexo de perfeição. Deve ser por isso que as esfihas de lá já foram premiadas e comentadas em inúmeros artigos de gastronomia. A massa é fininha e crocante porque não ficam o dia todo na estufa, são aquecidas só na hora de servir e em forno elétrico. E os recheios então? O de carne tem um gostinho de canela ou até outras especiarias (eu nem pergunto porque curto o mistério) e o de ricota é muito bem temperado, deixando um gostinho ótimo que fica ali na boca de lembrança mesmo alguns minutos depois de comer. Como hoje a ajudante tinha faltado, a Xmune, que é a dona e cozinheira amorosa do lugar, estava sobrecarregada na cozinha minúscula do Tenda. É outro mistério como ela consegue fazer tanta comida deliciosa naquele espaço tico, mas o fato é que de lá sai, a todo momento, mais uma gostosura para encantar os clientes, sempre muito bem tratados. Aliás, eu acho fofo o bordão delas: “Habib, seja super bem-vinda!”... hehe. Como hoje não é quinta-feira e eu não pude pedir o Chauerma, que é o kebab de lá e que, inclusive, me faz lembrar muito a Claudinha Kronka, que também adora o prato, chegou meu sanduíche de kafta com homus. Não matei, fuzilei a fome e a saudade daquela comida. Para terminar com chave de ouro (e para justificar ficar sem comer até amanhã), eu e a mamãe dividimos uma sobremesa criada no Tenda do Nilo e que foi premiada pela Revista Paladar como a melhor sobremesa de São Paulo: a Mil e Uma Noites. Só o preço achei meio alto (R$19,00 cada), mas como são necessárias duas pessoas para conseguir comer, então, vale. É um bolo de semolina coberto com um creme de nata e pistaches com calda de água perfumada de rosas. O nome e o sabor são tão sugestivos que dali mesmo do bairro do Paraíso fomos remetidas a um outro mundo... de desertos, oásis, palácios, Sheiks e princesas contadoras de histórias. Está certo, eu posso não ser uma princesa, mas adoro contar aqui essas minhas histórias... (Dani Krause)


Tenda do Nilo
Rua Coronel Oscar Porto, 638 (bem na esquina com a Rua Abílio Soares)
Só aceitam dinheiro e Visa débito, nenhum cartão de crédito nem cheque.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

JAZZ NA BOÊMIA VILA MADALENA

Quinta-feira passada fui a um bar diferente na Vila Madalena, famosa por seus botecos com mesas na calçada. Chama-se MADELEINE e fica na Rua Aspicuelta, entre a Harmonia e a Girassol. O lugar é bonito, bem decorado com móveis em madeira de demolição e iluminado apenas com luz de velas vermelhas. No chão, nas mesas, nas escadas. Um lustre enorme – que me fez lembrar o lustre do Fantasma da Ópera – também só ilumina com suas velinhas vermelhas. O resultado é um local charmoso, aconchegante e, claro, escuro. Para olhar o irreverente cardápio, a ajuda da laterninha é providencial. Há pizzas de formatos e sabores diferentes, crostatas, saladas com folhas, queijo coalho e melaço e pratos como uma polenta mole com almeirão e linguiça que deixei para a próxima vez que pisar lá. O melhor do local, no entanto, não é a comida. De terça a domingo, às 21h30 três músicos tocam jazz perto do bar, uma parte improvisada como palco, com cortinas vermelhas abertas na janela – para quem quiser ver e ouvir do lado de fora. O som é bom e muito agradável. Foge do estilo MPB também típico dos botecos da Vila. Às quintas-feiras, destaque para o músico Daniel Daiben, que comenta jazz na Rádio Eldorado, no Programa Sala dos Professores. É, depois dos 30, a gente treina o ouvido e começa a gostar mais de clássicos, jazz, blues... essas coisas que quando tínhamos 20 chamávamos de música de tiozão. Para quem gosta do ritmo, vale a pena conferir. (Dani Diniz)


Madeleine
Rua Aspicuelta, 201 - Tel.: (11) 2936-0616
Couvert Artístico: 15 reais

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Eu nem bem me recuperei de fazer 30 anos e a sombra amedrontadora de dentes afiados dos 40 já começa a rondar. Outro dia uma das minhas cunhadas completou 40 anos. É praticamente inacreditável que ela tenha essa idade porque não tem nem cara, nem corpo e nem jeito do que eu, lá pela adolescência, achava que deveria ser uma mulher de quarenta anos. E graças a Deus!!! É um alívio e uma inspiração, porque há esperança depois dos “enta” (hehe)! Estou falando esse monte de coisas porque, claro, fazer 40 anos é um acontecimento e merece uma boa comemoração. E teve. Fomos jantar no atualmente chamado Gardênia Restô. É a versão renovada do antigo Café Gardênia, onde eu almoçava quando ainda era solteira e depois tirava as tardes de sábado para ficar horas na FNAC da Praça dos Omaguás. Ali é bem o coração de Pinheiros e ainda tem uma feirinha de quadros e artesanato na praça. O lugar sempre foi bonitinho e frequentado por gente descolada, mas, agora, ficou muito mais interessante depois de uma reforma e mudanças no cardápio e no layout. Hoje é o Gardênia Restô, que tem uma filial bacana também na Al. Gabriel Monteiro da Silva. O clima ficou muito mais intimista e aconchegante, com velas, luz âmbar, espelhos e uma aprovada seleção musical. É um lugar também para idas a dois. O importante é dizer que o menu agora é algo sim a se comentar, tendo como destaque a carne de cordeiro, que é suculenta, bem feita e apresentada com acompanhamentos diferentes como o couscous marroquino com abobrinhas e amêndoas. Para acompanhar a paleta de cordeiro, o marido pediu batatas gratinadas com queijo gruyère e não se arrependeu. Eu comi ravioli de cordeiro porque continuo viciada numa massa, mas fiquei bem morrendo de vontade de provar o carré em crosta de parmesão com purê de mandioquinha. Sugestões deliciosas no cardápio não faltam para nenhum tipo de gosto ou opção alimentar, até para vegans. Ah, vale dizer que provei ali a melhor caipiroska de frutas vermelhas dos últimos tempos (finalmente uma que vale o quanto custa). Brindamos, rimos com histórias e aventuras dos anos que minha cunhada passou na Revista Caras e na ed. Abril e foi uma comemoração elegante e discreta como ela. Passamos uma noite muito agradável por ali, bem à altura de felizes e bem vividos 40 anos. Que venham os meus... (Dani Krause)

Gardênia Restô
Praça dos Omaguás, 110 - Pinheiros

PS: Envio das fotos prometido e cumprido. Valeu, cunhado!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DIA DE JOGO NO PACAEMBU




Fui convidado pra escrever um pouco sobre uma paixão paulistana, o Pacaembu, e sobre uma paixão nacional, todo mundo sabe, Futebol. Aconteceu que o Grêmio, meu time, veio lá do Rio Grande do Sul jogar em Sampa contra o Corinthians num sábado nublado e friorento. Sou gaúcho e louco pelo Grêmio. A Dani Krause, que é minha mulher, é paulistana e torce pro Corinthians (torce meio de berço, porque, depois de casada, ela virou gremista com certeza!). E assim partimos de casa, eu cheio de esperança na vitória e ela dividida. Ir a um jogo de futebol sempre exige certo espírito aventureiro. Nunca se sabe bem o que e quem você vai encontrar. Munidos de umas capas de chuva meio ridículas porque têm “Paris” escrito nas costas (foi o que deu pra arrumar), lá fomos nós, com algumas horas de antecedência. Precavido que sou, comprei os ingressos antes pela internet e qual não foi minha surpresa ao sermos informados ao chegar ao estádio que teríamos de enfrentar uma fila de uns 70 metros pra retirar o ingresso, junto com a galera toda que compra ingresso normal. Resignados, só ficamos pensando que a vantagem era nenhuma em pagar a “taxa de conveniência” nas compras pela internet. Porém, depois de uma hora congelando na fila, a moça no guichê nos disse que não precisávamos ter pego a fila e que era só ter ido direto ao guichê. “Ótimo, só nos avisam agora.” E isso que perguntamos a dois “organizadores” de colete amarelo e crachá do Corinthians, se realmente precisávamos pegar aquela fila pra somente retirar os ingressos. Enfim, pegamos os ingressos e saímos fulos da vida. Passamos ao lado da fila, reclamando alto. “Que absurdo! Palhaçada!” – disse a Dani. E eu, indignado, disse: “Pois é, e aqueles carinhas ali de amarelo são do Corinthians. São do Corinthians!”. E a Dani: “Ah, bando de jumentos!”. E, claro, as últimas duas frases, inadvertidamente, saíram em alto e bom som. A Dani não notou, mas percebi os olhares pouco amistosos do pessoal “gente boa” da fila. Caramba, que mancada! Tratei de apressar nossa saída de lá. Passamos pelo final da famosa feira do Pacaembu que rola todos os sábados de manhã e que, inclusive, é uma boa pedida pra provar o típico pastel da Barraca do Zé (de qualquer sabor é delicioso). É um verdadeiro clássico paulistano. Resolvemos pegar o carro e deixá-lo no Shopping Higienópolis, não muito longe dali, almoçar e depois seguir à pé para o estádio. A Dani é meio cheia de coisa pra comer, então almoçamos num lugar legal de comida natureba chamado Bio Alternativa, na Rua Maranhão em Higienópolis. O buffet tem uns pratos bem diferentes e, enquanto eu comia um chique bolinho de polvilho com trigo sarraceno e queijo cottage e bebia suco de abacaxi com hortelã, fiquei pensando: “Pô, o cara atrás de mim na fila, com a camisa da Gaviões, agora provavelmente tá mandando ver um sanduíche de pernil com Ki-suco de laranja na frente do estádio... Que inveja!”. Tomamos o rumo do Pacaembu. Como chegamos cedo, não tivemos problemas pra entrar. Aliás, isso é uma coisa que melhorou bastante. Lembro que há uns 10, 15 anos, comprar ingresso e entrar no estádio era muito pior. Não havia filas organizadas e o tumulto era frequente. Hoje em dia pelo menos tem uma certa organização. Não é uma beleza, mas perto do que era... É claro que, na numerada, onde ficamos, você nunca se senta no número impresso no ingresso (nem sei por que chama numerada), mas faz parte do protocolo. Bom, sentamos mais ou menos no meio da “numerada”, com uma boa visão do gramado e pudemos apreciar como o Pacaembu (que em Tupi-Guarani quer dizer: terras alagadas) é um lugar legal: a construção charmosa, inaugurada solenemente em 1940, é uma bela obra arquitetônica ali encravada no vale do bairro, a torcida fica relativamente perto do campo e, em qualquer lugar do estádio, é possível ter uma boa visão do jogo. Ficamos imaginando aquilo com a concha acústica na sua construção original recebendo a Copa de 50! Devia ser ainda mais bonito. Outra coisa muito legal ali e que merece ser visitada é o Museu do Futebol. Já fomos e adoramos. E não são só os apaixonados pela bola que curtem. É um programa que recomendo para toda a família, para saber, de uma forma bem interativa, como é que surgiu esse amor do brasileiro pelo futebol, algo que faz parte definitiva da nossa cultura. Enfim (eu também tenho mania de falar “enfim”), acomodados nos nossos assentos, infiltrados na torcida do Corinthians (porque o lugar era melhor, claro), esperamos pelo início do jogo, observando os vendedores ambulantes (outra diferença em relação ao passado: todos eles são regularizados). Há churros de doce de leite, chocolates meio derretidos, pipoca fria, amendoim, refrigerante, água e cerveja sem álcool. E eu me lembrei com saudade de ir criança com meu avô ao estádio lá no Sul... O jogo começou quente, apesar do vento frio. Ronaldo em campo, promessa de espetáculo. Mas justo contra o Grêmio? Sacanagem. Pois foi no segundo toque dele na bola... De fora da área, chute de esquerda, desvio no zagueiro, frango do goleiro e bola na rede: 1 x 0. Droga! A Dani comemorando comedidamente para não me chatear muito e eu disfarçando: “êeee”, fingido ser o que não era pra não passar apuro com a galera corinthiana. Vamo lá! Pouco depois, bola no Ronaldo de novo, tabelinha, passe na esquerda, sem impedimento, cruzamento e... gol do Corinthians: 2 x 0. Era só a metade do primeiro tempo. Arghhh! A pior parte mesmo era ter de levantar e esboçar uma comemoração, pra não dar bandeira. Depois disso, fiquei mais quieto. A Dani sabe que, quando estou quieto demais, é porque estou bravo. Pô, o cara é gordo, tem o joelho bichado e joga mais que todos os outros 21 jogadores em campo? Minha vontade era de gritar pro técnico paradão do Grêmio fazer alguma coisa. Mas tive de me controlar. Segundo tempo. Ânimo. Se o Grêmio fizesse um golzinho o jogo pelo menos ia voltar a ter um pouco de graça. Dito e feito: cruzamento da direita e gol de cabeça do Grêmio. Putz, apertei forte a mão da Dani do meu lado pra não gritar e engoli o GOOOOOL. O frio e o vento ajudaram, porque eu pude comemorar um pouco encolhido na cadeira e embaixo do capuz do meu moleton. Pronto... Ainda tinha mais meia hora de jogo. Tempo suficiente pra empatar. Uns quinze minutos depois, lance do Grêmio na entrada da área, passe pro meio, atacante no chão, apito do juiz. Não me segurei. Levantei e gritei: “Pênalti!”. A Dani me puxou e, de soslaio, observei as cabeças se virando na minha direção. Olhares indignados. Fui salvo pelo juiz, que tinha apitado “perigo de gol” (ou seja, inventou um impedimento inexistente contra o Grêmio) e, numa reação rápida, mas pouco espontânea, eu disse: “Ufa! Ainda bem que não foi pênalti!”. Soou muito falso, mas os incautos morderam a isca, animados pelo erro do juiz. O jogo seguiu morno até o apito final. 2 x 1, derrota do meu time. Não se pode ganhar sempre... Mas apesar de tudo, valeu muito o passeio. Mesmo porque, para mim, ver futebol no Pacaembu justificaria assistir até XV de Jaú contra Bandeirante de Birigui! (Marcos Krause).



Estádio do Pacaembu
portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/esportes/pacaembu
Praça Charles Miller, s/nº

Barraca de Pastel do Zé
Praça Charles Miller, s/nº - Feira do Pacaembu
Quintas e sábados das 6h às 15h

Restaurante Bio Alternativa
www.bioalternativa.com.br/restaurante/index.htm
Rua Maranhão, 812


Museu do Futebol
www.museudofutebol.org.br
Praça Charles Miller, s/nº Estádio do Pacaembu

CONVIDADOS ESPECIAIS NO BLOG

Nosso blog ainda é filhote, não tem nem um ano, mas estamos iniciando uma nova fase, uma cara nova. Como várias pessoas sabem tanto ou mais do que nós sobre São Paulo, resolvemos abrir um espaço aqui para "textos visitantes". Isso mesmo! Vez ou outra publicaremos um texto de um convidado especial, que vai contar suas experiências, impressões pessoais e dar dicas sobre como pode ser muito bacana viver nessa megalópole alucinada que nós amamos tanto. Nosso primeiro convidado, só para ser bem puxa-saco mesmo, vai ser "O Marido", sobre quem eu falo direto aqui e que vive me acompanhando pelos passeios na cidade. O Marcos, que também é Krause, claro, é um gaúcho bem paulistano e fanático por futebol. Só podia dar nisso aí... (Dani Krause)

sábado, 24 de outubro de 2009

PASSEIO PELA TEODORO SAMPAIO

Em algum 25 de janeiro (data em que comemoramos aniversário de São Paulo) eu li uma página no jornal que destacava várias coisas típicas do paulistano. Era uma propaganda – não lembro se do Itaú ou Pão de Açúcar. Entres as “paulistanices” estava escrito algo do gênero: paulistano adora babar nos móveis da Rua Gabriel Monteiro da Silva, mas acaba comprando mesmo na Rua Teodoro Sampaio. Admirar os móveis da Gabriel eu faço sempre que passo por aquela rua. Sair para comprar algo – de fato – foi o que fiz no domingo, com meus pais e minha irmã. E foi, claro, na Teodoro Sampaio, a rua que começa ali perto do Largo da Batata (um dia a gente fala dele também) e termina lá em cima, na Doutor Arnaldo. Dominada por lojas de móveis, a Teodoro é o endereço do paulistano que está montando ou renovando a casa. E há também quem goste apenas de passear, olhando o que tem de novo nas vitrines (que era o meu caso). A intenção dos meus pais era ver preço, a da minha irmã era comprar uma mesa de canto. A minha? Só observar. Passamos pela ala das cozinhas, dos sofás, das mesas . A maioria da lojas vende um pouco de tudo, com suas atendentes e calculadoras dividindo tudo em parcelas infinitas ou oferecendo descontos para pagamento à vista. Há algumas lojas mais focadas: de quartos de bebês e cozinhas. E há também as muiiiiiiiiiito focadas, que só vendem prateleiras, por exemplo. No domingo, grande parte das lojas fecha às 19h. Tempo suficiente para entrarmos em umas dez lojas, compararmos preços e, claro, comprarmos a mesinha da minha irmã. Se a casa estiver precisando de uma renvada, vale pesquisar por lá também. (Dani Diniz)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

10 COISAS QUE AMO EM SÃO PAULO

Já que é para voltar, que seja em grande estilo para que vocês se animem e pensem também naquilo que São Paulo mais oferece de maravilhoso. Troquei mensagens rapidamente com a Dani Krause agora sobre a volta do blog e a ideia de listar aqui as 10 coisas que mais adoro em São Paulo surgiu naturalmente. Segue a minha caprichada listinha. Aguardo a de vocês. (Dani Diniz)

1) Andar pela Paulista numa tarde de férias. A-dor-ro gastar a sola do sapato de uma ponta a outra da Paulista com paradas obrigatórias nas Livrarias Martins Fontes, Fnac e Cultura. Pausa para o café no Fran’s perto da Brigadeiro ou no Café do Ponto no andar de baixo do Center 3. Espiar o burburinho do Conjunto Nacional e observar o movimento das bancas de revistas também fazem parte da rota.
2) O bairro onde moro: Higienópolis. Charmoso, arborizado, cheio de cachorros e sabiás e a um passo do centro. Higienópolis tem tudo ao alcance e jeitão de bairro mesmo. Ótimos restaurantes, um shopping bem completo, uma padaria incrível, as praças Buenos Aires e Vilaboim e quase todos os serviços ali pertinho.
3) Supermercados, farmácias, restaurantes, lanchonetes, bancas de revistas abertos 24 horas. Para alguém que vive sem horários e adora uma madrugada, serviços 24 horas são fundamentais.
4) A Pizza da 1900. Além de ter um valor sentimental (o primeiro jantar com meu marido aconteceu na 1900 da Rua Estado de Israel) eu adoro aquela pizza. A massa não é nem grossa nem fina, ingredientes na medida certa e o atendimento sempre foi espetacular.
5) O luxo dos Jardins. Andar pela Lorena, Oscar Freire, Hadock Lobo e olhar as vitrines de suas lojas chiquérrimas. Pausa obrigatória para o café na Livraria da Vila.
6) A Vila Madalena. Confusa, com seus sobes e desces, a Vila ferve. Os bares, as lojinhas alternativas e a “muvuca cool” sempre agradam.
7) A Sala São Paulo. Linda e sempre palco de excelentes apresentações.
8) O passeio 2 em 1: Museu da Língua Portuguesa + Pinacoteca do Estado. São Paulo também é cultura.
9) O Mercado Municipal – um clichê da cidade, passar no Mercadão para abastecer a ceia de ano novo virou quase um ritual. Comer o pastel de bacalhau também.
10) Feriado. Quer coisa melhor do que fazer tudo isso aí em cima num dia sem trânsito? São Paulo no feriado não tem preço.

VAMOS ADOÇAR O MUNDO!

Hoje eu quero falar de uma coisa que eu adoro – doces – e de uma pessoa que eu adoro – a Flavinha. Eu conheci a Flávia por causa da Tiz, que é uma amiga que conhece todas as pessoas mais legais e descoladas da vida, seja em São Paulo, no Timor Leste, em Paris, no Marrocos ou na Índia. Você conhece alguém que é convidado para casamentos no Marrocos e na Índia? Não? Pois é, a Tiz é convidada direto pra esse tipo de evento. Ela não é o máximo? É sim!
Então, voltando (hoje está difícil), há 3 anos a Tiz teve uma ideia fofa, junto com outras amigas, de me darem um bolo de aniversário especial. Eu faço aniversário em junho e ia cair bem próximo da Festa Junina do nosso grupo (tá, eu sei, que é ridículo, mas a gente ainda faz festa junina e somos felizes assim, ok?) e, naquele ano (o ano que eu casei de verdade), eu ia pagar o mico master de ser a noiva junina e fazer aquela palhaçada toda do noivo fugitivo, do pai maluco e da espingarda de mentira. Aí elas decidiram que iam mandar fazer um bolo de aniversário com dois noivinhos em cima que pareciam mesmo comigo e com o marido, mas ambientados em clima junino total. Olha o bolo aí na foto. Ficou a coisa mais linda e, claro, eu chorei feito uma desesperada com a surpresa porque, não parece, mas eu sou sensível. Quando comemos o bolo descobrimos que, além de lindo, ele era delicioso e eu quis logo saber quem era a artista que tinha feito aquela maravilha (porque tem que ser muito artista pra fazer aquilo).
No caso, era a Flávia Ribeiro de Andrada e Silva (olha que ela é uma Andrada e Silva de verdade, descendente do José Bonifácio e tudo). A Flavinha, que é como eu folgadamente a chamo agora, é a chef boleira, doceira, fazedora de bem casados, cupcakes, biscoitos, doces e de todas as gostosuras mais gostosas da face da terra que eu conheço e ainda é querida, educada, simpática e cumpridora de prazos. Não é o máximo? É sim! Ela faz coisas muito lindas e deliciosas. Não, os bolos de aniversário, infantis, casamento, batizados, despedidas, chegadas e todos os demais que ela faz não têm aquele gosto de pasta americana esquisita que gruda a boca da gente por duas horas. Tudo o que ela faz fica realmente muito saboroso. E ela tem umas ideias ótimas de decoração, personalização e é super caprichosa nos enfeites. Algumas coisas são tão criativas e diferentes que podem ser dadas de presente também, no Natal, na Páscoa, no Dia dos Namorados ou no dia que te der na cabeça dar um presente legal pra alguém especial.
Pra terem mais ideia do trabalho dela, no meu aniversário deste ano ela fez um bolo especial pra mim inspirado no filme “De repente trinta” (sabe aquele que toda mulher nessa faixa etária já viu umas quatro vezes? Esse) e todo mundo adorou na festa, o que rendeu frutos para outro aniversário de amiga, também trintona, que fez um evento meio trash-anos80 e escolheu um bolo em formato de vitrola que ficou muito bacana! Então, hoje, que eu estou toda meiga e docinha (o que é praticamente um milagre), eu quero dar essa dica pra vocês, a empresa da Flávia, a Zuccheria, que tem um nome muito apropriado, porque se tem uma coisa que ela sabe fazer nessa vida é sair por aí adoçando o mundo! No próximo evento, chame correndo. (Dani Krause)
www.zuccheria.com.br
www.flaviaribeiroandrada.blogspot.com

A VOLTA DAS QUE NÃO FORAM ou O ATAQUE DE BREGUICE

"Minhas malas coloquei no chão, eu voltei / Tudo estava igual como era antes, quase nada se modificou / Acho que só eu mesmo mudei, eu voltei / Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar / Eu voltei pras coisas que eu deixei, eu voltei... larara la ra la ra la ra”. Ai, que nervo que me dão esses meus ataques de Roberto Carlos! Outro dia eu conto como uma vizinha apaixonada pelo Roberto Carlos pode te traumatizar pela eternidade. Voltando...
Cruzes, quase três infindáveis meses sem escrever. Por favor, nos perdoem, pelo menos a mim, porque passei por uma fase de reabilitação do meu espírito indômito. Precisei mesmo, até porque, às vezes, a vida é aquela professora sacana que manda uma prova inteira só com aquela matéria que ela jurou que não ia cair, sabe? Mas, como eu digo sempre, enfim... Enfim, nós de novo por aqui. (Dani Krause)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

SÃO PAULO ENGORDA

Cheguei a conclusão acima ontem à noite e pude comprová-la hoje, no final do almoço. Nesta semana, em especial, estou almoçando e jantando muito fora. E isso – em São Paulo – é um verdadeiro perigo. Segunda-feira, fui almoçar no Chácara Santa Cecília, aqui perto da Abril. O restaurante fica num lugar lindo , numa antiga Chácara que preserva boa parte de verde. A Abril em peso adora almoçar lá porque é perto, é bonito e é, digamos, gostosinho. Durante o dia funciona como restaurante mesmo, com Buffet de saladas, pratos quentes e sobremesa a um preço fixo. À noite, vira balada (e lotada). Terça-feira foi dia de almoçar no Ráscal com duas amigas. Como já escrito pela Dani Krause, lá (embora meu marido adora dizer que não vale o custo x benefício) é uma perdição para quem quer se manter na linha. Você se acaba de comer no Buffet e depois, na onda do “já que estou aqui”, não tem como escapar de pegar uma massinha. Ontem à noite, combinei um jantar com Gláucia, uma amiga de mais de 15 anos. Ela escolheu um restaurante ao lado de sua casa – na Cônego Eugenio Leite, em Pinheiros, o Vinheria Percussi. Resumo da noite: conversa agradável, lugar lindo e prato delicioso. Comi um risoto de bacalhau, com azeitonas verdes, tomates frescos e pinoli. Sensacional! Tirando o couvert, é claro. Pagar 6 reais para comer pão frio com manteiga não dá. Nesse ponto, fico no custo x benefício e da próxima vez vou pular essa parte. Para terminar, acabo de voltar de mais um almoço fora, com uma fonte bem bacana. Fui no Pobre Juan, na Vila Olímpia. Argentino em tudo: nas carnes maravilhosas, no tango eletrônico ambiente, no crepe de doce de leite da sobremesa (esse eu só espiei). O local é muito agradável, a música é ótima e a comida, saborosa. Pedimos empanadas de entrada e optamos pelo menu completo: escolha de uma carne,que já vem com um acompanhamento a escolher, batatas (daquelas que parecem ter vento dentro e crocantes por fora) e ainda uma tigela de salada básica e gostosa. Sem dúvida, esse é um lugar que recomendo muito e devo voltar em breve. Espero ir numa sexta-feira já que disseram que rola um tango por lá às noites. Perfeito. Enfim, hoje é quinta-feira e se eu seguir nesse ritmo até o final de semana preciso fugir de qualquer balança que aparecer na minha frente! (Dani Diniz)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PARA COMER A QUALQUER HORA

Conheci o Joakin’s no começo do namoro com meu marido (lá pelo final da década de 90). Gostei de cara. Localizado na Joaquim Floriano, miolinho do Itaim, o vulgo JOKA é um clássico da noite paulistana. Funciona desde 1965 e mantém muitos dos seus garçons desde o início. Não só os garçons, mas os clientes também. É possível ver gente de todas as idades com a senha nas mãos, esperando uma mesa para se deliciar com um cheese salada e um milk shake. Há famílias em busca de mesões, casais de namorados ou bando de amigos que saem das baladas e vão reabastecer a energia por lá. Afinal, as portas da casa estão abertas até às 5 da manhã (de segunda à quinta) e até às 6h (de sexta e sábado). Os sanduíches são ótimos (tanto os prontos, quanto os que podemos montar), os beirutes são fartos e o milk shake, na minha opinião, é o melhor de São Paulo. E, para quem preferir uma coisa natureba, também tem pratos, omeletes e sucos naturais. Pra ser bem sincera, porém, ir para lá e não provar o milk shake é um pecado. Não sou de tomar muito milk shake (afinal, calorias aleatórias não combinam para quem passou dos 30) mas quarta-feira, dia 08 de julho, véspera de feriado paulista, não tive dúvida e fui para o Joca. Esperei uns dez minutos com a senha nas mãos e, com água na boca, fiz meu pedido. Um cheese calabresa e, claro, um milk shake de coco. O serviço foi ótimo, foi rápido (como costuma ser). Valeu a pena ter enfiado o pé na jaca. Se você não conhece ainda o Joakin’s perdeu um pedaço delicioso de São Paulo. (Dani Diniz)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

VIAGEM AO CENTRO DA (MINHA) TERRA

Sempre que viajamos para grandes cidades em outros países, saímos cedo, andamos muito (inclusive de metrô), tiramos muitas fotos, nos impressionamos com a arquitetura, com a história do lugar, achamos tudo lindo (até o que não é muito lindo) e voltamos à noite, exaustos e felizes. E foi exatamente isso o que fizemos ontem, só que por São Paulo mesmo. Aproveitamos o feriado para colocar um jeans, um tênis velho e sair por aí para bater perna e aproveitar o dia de sol que fez por aqui. Espírito de turista. A ideia inicial era só matar uma vontade louca de comer o delicioso pastel de bacalhau do Hocca Bar no Mercado Municipal, mas fizemos mais. Muito mais. Eu e o marido marcamos com o papai (o melhor e mais empolgado guia do Centro de São Paulo que eu conheço) para começarmos o dia tomando um café da manhã delicioso no Café Girondino, bem em frente à Igreja e ao Mosteiro de São Bento. Não me canso de ficar encantada sobre como o Girondino é charmoso e de como, abstraindo um pouco sobre os arredores, me faz sentir numa cidade européia, tomando aquele café gostoso e olhando a Igreja pela janela. Andando, seguimos pela Rua Boa Vista e encontramos edifícios maravilhosos de inspiração art nouveau, com vitrais encantadores, que deviam ficar escondidos atrás dos outdoors imensos que dominavam a cidade antes da bem-vinda Lei Cidade Limpa. Chegamos até a Rua XV de Novembro, vimos o prédio da Bovespa e do Banco do Brasil e chegamos até a Praça Antonio Prado, onde é possível encontrar uns quiosques de madeira com engraxataria, telefone público (escrito com ph) e até um coreto! Seguindo reto chegamos em frente ao primeiro arranha-céu da América Latina (30 andares), o Edifício Martinelli, que, apesar de deteriorado e tristemente pichado, ainda guarda o ar de glamour da década de 30, uma beleza arquitetônica indiscutível e com tanto para contar... como a existência de uma construção especial no 26º andar inspirada numa vila italiana, chamada Casa do Comendador, que funcionava como residência da família Martinelli, somente para provar ao povo, na época, de que o prédio era seguro. Ficamos imaginando que aquela construção combinaria perfeitamente em Nova York, onde, certamente, estaria mais conservada e custaria uma fortuna para manter um escritório. Deu até uma tristeza de pensar em como e quanto nosso povo não se preocupa com a preservação de sua história. Descendo um pouco mais, quase chegando na Líbero Badaró, avistamos a antiga sede dos Correios. Um belíssimo prédio. Voltamos até chegarmos à Praça do Patriarca. Uma equipe de filmagens fazia quase magia para que chovesse no meio da praça, mesmo sem uma única nuvem no céu. Reparamos nos detalhes do antigo Hotel Othon, no polêmico arco moderno que colocaram sobre a saída da primeira escada rolante do Brasil, a Residência Artística (onde a FAAP agora – ainda bem – mantém e preserva a história de pintores importantes do século XX que mantinham seus ateliês no local), o prédio da Prefeitura e seu jardim suspenso e, claro, o Viaduto do Chá. Não fomos até o outro lado do viaduto ver o Teatro Municipal e o Shopping Light porque queríamos tomar um café lá no Pátio do Colégio. Pegamos a Rua Direita e fomos até a Praça da Sé. Lá no meio, a imagem do Padre José de Anchieta abençoava a todos e parecia se lastimar pela situação das pessoas que perambulam por ali. Seguimos até o marco zero e o marido logo quis saber para que lado ficava seu amado Rio Grande Sul. Ah, a Catedral da Sé. Linda, grandiosa, robusta, receptiva e sem ser suntuosa demais, o que, a meu ver, combina muito mais com o que pelo menos eu acredito que sejam os princípios divinos. Além dos vitrais, adorei mesmo foi um anjo simples, esculpido na pedra que fica quase escondido numa capelinha lateral. Seguimos até o Pátio do Colégio e, ali, nunca canso de me impressionar com a arquitetura do antigo Tribunal de Alçada (e olha que eu já passei por lá nessa vida, hein!). O antigo escritório de arquitetura de Ramos de Azevedo trabalhou muito na cidade no século passado e deixou sua marca de verdade. Dá pra identificar claramente no que eles colocaram as mãos. Do outro lado, no Museu Anchieta, fizemos uma descoberta maravilhosa. O Café do Páteo é um lugar agradabilíssimo dentro do que seria a réplica da antiga construção do Colégio dos Jesuítas (onde a cidade foi fundada em 1554) e depois tornou-se a sede da Presidência da Província de São Paulo, nos idos da colonização do Brasil. Que delícia aquele lugar arborizado, com mesinhas simpáticas, que serve de ótimo ponto de parada de turistas e passeadores locais (como nós!). Como não tinha entrado ali nunca (porque só passo correndo e morrendo de pressa), nos surpreendemos com o espaço. Pra melhorar, ainda é possível encontrar uma parede de taipas da época da colonização totalmente preservada dentro de um vidro e visitar o Museu Anchieta. Não é nada demais, mas tanta coisa vem à mente olhando aquilo. Como a vida devia ser difícil para o povo que veio habitar uma região até então inóspita e a situação dos índios locais invadidos e catequizados por uma cultura estranha. Quantos conflitos, abusos, boa e má fé fizeram parte da criação do nosso país... Descemos até a Rua 25 de Março que, mesmo sendo feriado e com 80% das lojas fechadas, estava bem cheia (qualquer dia falo mais da 25). Fomos até a Rua da Cantareira almoçar no Mercado Municipal. Esse sim estava lotado. Eu a-do-ro esse lugar. Os cheiros e as cores das frutas, os queijos maravilhosos que eu amo (só lá eu encontro o Rembrandt capa preta holandês!), os temperos perfumados (onde mais se acha marsala por aqui?) e, claro, o fantástico, estupendo e incomparável pastel de bacalhau do Hocca Bar. Nos acotovelamos um pouco, enfrentamos o mau humor alheio na busca de mesas, pegamos uma fila, mas nada nessa vida ia me impedir de saborear aquele pastel ontem. No final deu tudo certo, matei a vontade que estava me matando e almoçamos muito bem. Depois, puxando uma carga extra de energia das pernas do papai, subimos a Senador Queiróz e fomos lá em cimão no cruzamento mais famoso da cidade: Av. Ipiranga x Av. São João. Vimos como o Cine Marabá ficou lindo depois da reforma e ficamos felizes em ver como iniciativas de recuperação do centro da cidade podem dar muito certo, porque estava lotado! Acho que as pessoas estão cansadas de ficarem trancadas sob a falsa sensação de proteção dos shoppings centers. O povo quer mais é ir pra rua de novo! Viva! Terminamos o dia (que rendeu muito) tomando um cremoso chopp Black no Bar Brahma (até eu tomei!) e voltamos para o metrô Santa Cecília pelo Largo do Arouche (que, segundo o papai, já foi chiquérrimo). Ai, como eu adoro aquela escultura do Brecheret ao lado da linda banca de flores em frente ao restaurante Le Casserole. Fico imaginando uma cena romântica do homem saindo do restaurante e voltando com flores para sua amada numa noite especial. É claro que, como em todas as grandes cidades do mundo, em maior ou menor grau, existe poluição, medo, violência, aglomeração, sujeira, pobreza, falta de higiene, bêbados, pedintes, miseráveis, trombadinhas, trombadões e tantas outras coisas tristes. Mas ontem, só por ontem, resolvemos ver São Paulo de um outro jeito: exercitando as pernas e o olhar que só vê a beleza! Foi fantástico. Tente um dia desses. (Dani Krause)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

CENÁRIOS PARA UMA VIDA MAIS FELIZ

É verdade... todos nós temos histórias para contar e, em algumas delas, foi o clima certo que fez toda a diferença. E não é que eu descobri um pessoal aqui em São Paulo que só cuida disso: criar um clima? A DeMeirelles é um misto de loja de decoração, galeria de arte e ateliê de artistas que cuidam de criar um cenário bacana para algum momento especial. Seja para uma festa de casamento monumental ou para um jantar a dois no seu apartamento, a Dedéia Meirelles e sua equipe cuidam dos detalhes para que seja um momento memorável. Para quem está cansado desses eventos sociais meio caretas e quiser contratá-los para criar uma cenografia diferente, tenha certeza de que será algo personalizado e de muito bom gosto. Além disso, todos os objetos de decoração estão à venda ou expostos para locação e são cheios de graça vintage ou meio rústicos e com um plus de engajamento social. Por exemplo, eles têm arranjos florais lindos feitos de retalhos de algodão e renda pela ONG Aldeia do Futuro. E, acredite, não se trata daqueles arranjos de gosto duvidoso de flores artificiais. Fora que toda a equipe é muito simpática e atenciosa. Daquele jeito bom que eu sempre falo aqui de nos fazer sentir em casa, sabe? Dei sorte de ter entrado no ateliê no dia da abertura das portas ao público. Na segunda passada (segundas-feiras viraram meus dias oficiais de ir ao Fórum de Pinheiros resolver as “buchas” e almoçar na Vila Madalena), estavam abrindo as portas e eu fui a primeira cliente deles. Depois de fuçar tudo e bater um papo ótimo, comprei um jogo americano feito de jornal colado e pintado em cores maravilhosas. Meu nome ficou até de aparecer lá no quadro de acontecimentos especiais, mas isso nem importa tanto, porque já senti um prazer imenso em visitá-los e ver tanta gente legal e coisas bonitas e coloridas. Deu até uma vontade meio louca de sair por aí enfeitando o mundo todo, mas resolvi começar só lá por casa mesmo: o cenário onde eu sou feliz todos os dias. (Dani Krause)
www.demeirelles.com.br
Rua Mourato Coelho, 1017 - Tel. 2645-4480
Fotos: Renato Ramalho: www.renatoramalho.com.br

quarta-feira, 17 de junho de 2009

PERUANDO (OU PECHINCHANDO) NOS JARDINS

Sábado fui passear nos Jardins com minha irmã. O dia estava bonito, o sol finalmente tinha aparecido e fomos sem muito destino. Não tínhamos muito tempo pois ela tinha um compromisso às 16h30 e acabamos chegando por lá meio tarde – mais de 12h30. Mas, nessas quatro horas, aproveitamos muito. Primeiro fomos a loja Capezio, na Augusta, pois ela queria comprar roupas de balé e ginástica. E aí começou a minha feliz surpresa. Se você pensa que Oscar Freire e arredores é apenas para dondocas e seus mini poodles na sacolinha que não sabem onde colocar tanto dinheiro, ledo engano. Comprei calça e top de ginástica muito mais barato do que qualquer loja do shopping. Valor dos dois? 60 reais! Andando na própria Oscar Freire entramos na Maria Bonita Extra – quase tudo em liquidação!! Com exceção das peças de seda, a loja estava dando 40% de desconto em quase tudo. Iria levar apenas uma jaqueta mas tinha me encantado por uma blusinha. Estava com 40%, mas mesmo assim, eu achei cara. A atendente não titubeou. Disse que seu eu pagasse a blusa no cheque me dava mais 10% de desconto – e tirou uns quebradinhos ainda. A jaqueta? Pude pagar no cartão de crédito (e, se quisesse, poderia até dividir). Saí de lá feliz e ainda comi os doces juninos que estavam oferecendo aos clientes. Seguindo, já com fome, paramos na Zion. Perguntando o preço de uma malha, a moça logo jogou: estamos com 20% de desconto à vista em qualquer peça até o final do dia! Se você perguntar em qualquer loja de shopping se tem desconto à vista vai ouvir um sonoro NÃO! No máximo, ganha 5% ou a chance de dividir em mil vezes no cartão. Feliz com as compras e com as negociações, segui pela Oscar. Linda, cheia de gente bonita e tudo ao ar livre (isso realmente não tem preço). Paramos para almoçar no Le Buteque, o mini bistrô de Erick Jacquin, na Haddock Lobo. Já tinha ido lá uma vez e gostei bastante das comidinhas . De cara, ele parece mais um café ou confeitaria com suas dezenas de docinhos perfeitos na vitrine. A comida é bem feita e se come, de fato, com os olhos: vêem em pequenas panelas de ferro maravilhosas. Saímos de lá satisfeitas e paramos ainda na Livraria da Vila, na Lorena, para arrematar a tarde com um cafezinho cultural. Foi um dia de peruices perfeito. E fica aqui a dica para quem não agüenta mais os shoppings abarrotados de São Paulo e suas lojas sem criatividade (e sem desconto!). (Dani Diniz)

www.capezio.com.br
www.mariabonitaextra.com.br
www.zionstore.com.br
www.livrariadavila.com.br
Le Buteque – Rua Haddock Lobo, 1416, Cerqueira Cesar

terça-feira, 9 de junho de 2009

DIA DOS NAMORADOS SABOROSO

Ontem passei em frente a uma casinha linda na Rua Mourato Coelho, com um coração enorme pintado e resolvi tocar a campainha e entrar. É a loja da Fernanda Ribeiro, já conhecida no mercado de bolachinhas decoradas. Além de ser muito simpática, ela faz umas bolachas deliciosas de vários formatos e desenhadas com glacê bem delicado e gostoso. Faz até eventos, ensinando a fazer as bolachas decoradas em festinhas infantis, chás ou reuniões descoladas. Achei bem interessante. Na loja tem bolachinhas de todos os tipos e formatos: flores em palitos, corações, motivos de bebês para maternidade, sapatos, bolsas, vestidos, marcas comerciais e, agora, para este Dia dos Namorados, ela inventou algo realmente novo. A primeira novidade é um conjuntinho de bolachas quadradas de baunilha com motivos vintages românticos que eu adorei. Olha que fofura na foto. Dá até pena de morder. A outra novidade é só para os mais atrevidinhos: uma linda caixa de coração com bolachinhas de especiarias afrodisíacas em formato de posições do Kama Sutra!! E o que poderia ser meio vulgar ficou super divertido. Muito diferente. Uma ideia para fugir dos tradicionais bombons de chocolate e ainda inspirar uma noite bem romântica para os apaixonados. Enjoy. (Dani Krause)
www.bolachasdecoradas.com.br
Rua Mourato Coelho, 1.134 - (11) 3815-3757





segunda-feira, 1 de junho de 2009

MÚSICA (BOA) PARA OS OUVIDOS

Sexta-feira foi dia de ir à Sala São Paulo, no centro paulistano. Linda, desde que foi reformada, vale a pena ir até lá só para se deslumbrar com a arquitetura. Mas quem gosta de música clássica vale ir para muito mais. Lembro uma vez um professor insuportável na faculdade que (para acabar com qualquer autoestima da classe) disse que após ler nossos textos, ele precisava se “purificar” nos livros de Machado de Assis. Claro que isso marcou. E sexta na Sala São Paulo, lembrei disso. A boa música purifica meus ouvidos. É como me livrar de tudo que está ao redor e só me prender ao som perfeito. Não sou entendida de música e não toco (infelizmente) nenhum instrumento. Mas gosto de ouvir e sou curiosa. Queria ver a performance (e o comportamento) do novo regente da Osesp, o francês Yan Pascal Tortelier e ouvir o também francês violoncelista Xavier Philips. O melhor da noite foi o solo de Philips, tocando, claro, Bach, meu preferido entre tantos gênios. Deslumbrante. O regente se mostrou bem empolgado em sua posição de líder. Pulava tanto que achei que iria cair. E tudo soou perfeito. Para concluir a noite paulistana, advinha? Pizza em casa. Afinal, estava tarde, estava frio e não dava para ouvir qualquer música de boteco depois da Sinfônica. Com todo respeito, é claro. Afinal, sou bem eclética. Consigo ouvir Bach por horas e também cantar todo o repertório do Roupa Nova! (Dani Diniz)

domingo, 31 de maio de 2009

TRIBO NATUREBA

Hoje quero dar uma dica de um lugar muito simples com uma comida natural muito boa. O restaurante chama Tribos Moema e praticamente todos os sábados estamos almoçando por ali (outra tradição que estamos criando). O esquema é de um buffet sem frescura e muito bem servido de saladas bem preparadas, massas integrais, peixes com molhos saborosos e carne vegetal em apresentações mais apetitosas do que o normal. As opções são excelentes e com um temperinho especial que não deixa a comida natural sem gosto. É realmente muito gostoso. Algumas sobremesas valem ser provadas, especialmente as mais simples, como a salada de frutas e a gelatina colorida (igual àquelas que as vovós faziam antigamente pra gente, sabe? Isso é que é memória emotiva...). Se a fome for grande demais, vale pagar o preço do buffet livre para comer à vontade, incluindo sobremesa, mas, em geral, dá pra ficar muito satisfeito com um prato só, que, pesando, sempre sai por menos do que o preço fixo. Gosto muito dos sucos naturais: nada de fruta congelada e podendo fazer a mistura que quiser. Enfim, um lugar muito “lá em casa”, com comida boa e preço justo. Uma boa sugestão é dar uma caminhada no Ibirapuera de manhã e depois passar por lá para um almoço mais leve. Comidinha natureba gostosa para não dar nenhum peso extra... na consciência. (Dani Krause)

sábado, 30 de maio de 2009

UMA NOITE BEM PAULISTANA

Ontem fomos fazer um programa tradicional que há alguns meses não fazíamos. Aproveitamos a noite fria e chuvosa de sexta-feira para jantar e ir ao cinema no shopping perto de casa. Acho que todo mundo acabou pensando a mesma coisa, porque estava bem lotado. Afinal, tem coisa mais típica de paulistano? Ainda bem que chegamos mais cedo e conseguimos uma mesinha no Ráscal sem pegar a fila de espera. Eles tem pizzas boas e ótimos vinhos, mas gostamos mesmo de lá porque o buffet revela-se uma excelente opção na relação custo x benefício. Além disso, o atendimento é sempre fantástico. Adoramos a mesa de antepastos e saladas variadas e fresquinhas: a rúcula baby, o cuscuz marroquino, saladas bem temperadas e diferentes, a quiche de verduras e muito mais. É comer pra se regalar mesmo. E, depois, ainda tem a ilha de massas e carnes. Normalmente eu como sempre a mesma coisa: ravióli Ráscal (massa verde recheada com mussarela de búfala) com molho de tomate fresco e polpetone. Ontem resolvi dar uma variada. Comi ravióli de pato com purê de maçã e, claro, um polpetone pequeno. Sempre tem alguma opção diferente, como cordeiro e uma massa especial. Delícia. Agora, delícia mesmo, quase uma dica imperdível, é a torta de goiabada Ralston com sorvete de creme. Maravilhosa. A torta de maçã clássica do restaurante, aquela grandona que parece com as tortas do desenho do Pica-Pau (lembra?), também é muito boa, mas eu ainda prefiro a de goiabada. As sobremesas são muito bem servidas e podem ser divididas. Felizes e de barriga cheia, fomos pegar um cineminha do circuito comercial mesmo. Nem sempre o filme agrada muito, mas para apaixonados pela telona, como eu e o marido, está sempre valendo. Ótimo jeito de começar o final de semana. (Dani Krause)
www.rascal.com.br

sexta-feira, 22 de maio de 2009

POR TRÁS DO CEMITÉRIO

A pedido da Anne, vamos lá falar de um outro canto de Higienópolis – a Rua Mato Grosso, bem atrás do cemitério da Consolação. Lá, toda sexta-feira tem feira. E das boas. Mas não é disso que vou falar e sim da quantidade de casinhas reformadas que viraram restaurantes charmosos e gostosos nos último anos. Fui no Anita (citado aqui pela Anne) logo após sua inauguração e a-do-rei! Pedi, claro, o galeto (que na época ficava exposto bem em frente ao restaurante, na calçada, no maior estilo televisão de cachorro) com batatinhas no alecrim. A tal televisão saiu da calçada (dizem que pela vigilância sanitária) mas o restaurante continua cheio. As paredes são muito bem decoradas, assim como as mesas, o estofado das poltronas e a louça. É possível comer, conversar e ao mesmo tempo assistir à chefe cozinhar numa espécie de vitrine no final do salão. A casa é pequena (e por isso lota fácil) e, como escrito pela Dani Krause, já funcionou como um bordel em décadas passadas. Para não ficar só no Anita, vamos falar de outras casinhas reformadas perto do Cemitério. O minúsculo Bar Higienópolis tem um bom atendimento mas um cardápio limitado. E, como o próprio nome diz, está mais para um boteco do que para restaurante. Fui lá na festa de aniversário de uma amiga e curti o espaço. Seguindo ainda pelo muro do cemitério, temos duas outras opções: uma ótima e outra (para meu paladar e senso crítico) péssima. O ótimo é o AK Delicatessen. O nome do restaurante são as siglas da premiada chef Andrea Kaufmann. O espaço – assim como o Anita – é fruto de uma reforma de uma das casinhas em frente ao cemitério. Pequeno, aconchegante, charmoso. Cardápio farto e bem feito, atendimento ótimo e um couvert muiiiiiiiiito bom. A péssima opção é o Antonieta. Não preciso repetir que a casinha também foi reformada e, sim, é muito bonitinha. A reforma ficou ótima, a decoração toda rosa é charmosa, os móveis à La casa de vovó também. Mas a comida......Demorou quase uma hora para chegar um spaghetti ao pomodoro. Sim, daqueles bem simplesinhos de fazer: molho básico de tomate e uma folhinhas de manjericão. Não lembro o preço mas achei tudo caro para algo tão caseiro (os outros pratos do cardápio não passavam do óbvio ululante da culinária italiana). Não sou nenhuma mestre cuca, mas minhas massas são melhores do que da Antonieta. Anne, aguardo seus comentários! (Dani Diniz)